As negociações salariais dos primeiros seis meses de 2005 tiveram o melhor resultado já verificado em um semestre desde 1996. Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado nesta segunda-feira, aponta que 87,3% dos acordos salariais no Paraná tiveram reajuste igual ou superior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), apurado nos 12 meses anteriores à data-base de cada categoria. No Brasil esse porcentual foi de 84%. O recorde anterior para o primeiro semestre havia sido registrado no ano passado, quando 76% dos acordos conseguiram a reposição da inflação.
De acordo com o Dieese, cerca de 900 mil trabalhadores com carteira assinada no Paraná fecharam acordo de janeiro a junho de 2005. As negociações, segundo matéria de Mirian Gasparin da Gazeta do Povo, propiciaram uma injeção de recursos na economia do estado de aproximadamente R$ 700 milhões.
No Brasil, o Dieese analisou 347 acordos salariais Desse total, 65,7% (228) tiveram aumento superior à inflação. Outros 17,9% (62 acordos) tiveram reajuste igual à inflação. Só 20,6% tiveram aumento inferior ao INPC. No Paraná, dos 368 acordos, 87,3% tiveram aumentos iguais ou superiores à inflação, enquanto que 12,8% das categorias tiveram reajustes abaixo dos índices inflacionários.
Segundo explicou o supervisor do Dieese no Paraná, Cid Cordeiro, para fazer esse levantamento, a entidade compara os reajustes com a inflação calculada pelo INPC, que é o indicador mais usado nas negociações salariais, além de servir de referência para reajustar o salário mínimo e as aposentadorias.
No Brasil, os trabalhadores da indústria e do comércio foram os que conseguiram melhores negociações. A pesquisa do Dieese mostra que 78% dos empregados da indústria tiveram reajuste acima da inflação. No comércio, o percentual foi de 73% e no setor de serviços, de 53%.
No Paraná, os maiores aumentos reais acima da inflação foram obtidos pelos trabalhadores da agricultura, sendo que 93,8% dessa categoria teve seus salários reajustados acima da inflação, seguida da indústria com 91,1%. No comércio, esse porcentual ficou em 86,8%, contra 85,8% no segmento de serviços.
Cid Cordeiro explicou que os trabalhadores paranaenses do setor agrícola, que têm a sua data-base no mês de maio, apresentaram os maiores aumentos salariais em função dos baixos vencimentos que recebem, e também porque o reajuste do salário mínimo puxa para cima os salários dos agricultores.
As maiores altas salarais do país ocorrem na Região Centro-Oeste, onde 80% das negociações tiveram reajuste acima da inflação. Em seguida, estão as regiões Sul e Sudeste, com 71% dos aumentos acima do INPC.



