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Maria Christina de Andrade Vieira

Arte, cultura e executivos

Nunca entendi bem a razão de muitos profissionais imaginarem que arte e cultura sejam incompatíveis com sua atividade.

Quando escolhi o nome de minha empresa, a Andrade Vieira Arte, Cidadania, inserindo nela a palavra "arte", entendia que viver é uma arte, sobreviver no mundo dos negócios é uma outra arte e, acima de tudo, viver no Brasil empresarial com todas as suas dificuldades imersa em alguma forma de arte e, se possível, todas, seria melhor ainda!

Cidadania representa o Brasil e seus desafios econômicos, sociais, culturais e a exclusão, ou a dificuldade de inserção na cidadania, entendendo que nossos clientes, após nosso trabalho teriam empresas mais cidadãs, mais participativas interna e externamente, mais lucrativas e com imagem mais consolidada. E mais felizes, porque não?

Desde então, convivo com empresas e projetos os mais diversos, e aquelas que se voltam à arte ou à cultura colhem frutos gratificantes em todos os aspectos. Sim, de resultados também. Mas, pensar em empresas não é a mesma coisa que refletir arte, cultura e executivos. Porque tais temas poderiam assustá-los? Porque se sentiriam tão distantes de um mundo tão saboroso e reconfortante?

A riqueza da cultura e da arte são as suas diversas formas de manifestação que agradam a todos; impossível não ser seduzido por uma delas. Entre outras: a música (erudita, popular, jazz, rock etc.) as artes plásticas (pintura, escultura), as artes cênicas (teatro, dança, mímica, ópera, circo), as artes visuais (cinema, fotografia, vídeo), literatura (poesia, prosa, romance, biografia etc.), o folclore e o artesanato etc.

Ora, admitir a convivência com a cultura é reconhecer costumes e hábitos muitas vezes sequer conscientes. Quem já não dançou em alguma festa, tocou um instrumento, leu um livro ou assiste televisão? Cultura pode ter boa ou má qualidade, mas é sempre cultura. Aceitar o valor da cultura ou da arte é admitir uma sensibilidade em nada incompatível com o universo empresarial. Empresários, gestores, executivos, empreendedores cultos são pessoas interessantíssimas! Têm sempre o que dizer, são informados, abertos, inteligentes, preparados para os mais diversos ambientes e programas. Tem fluência, segurança, firmeza em suas idéias e posicionamentos e sabem explicar suas razões com a delicadeza de quem conhece. Seduzem pelo brilho das palavras e pela capacidade de encantar.

A lógica dos negócios não é conflitante com a sensibilidade artística. Muito pelo contrário, a maciez que a arte oferece além da percepção acurada, da capacidade crítica, do olhar mais preciso auxiliam os processos decisórios.

Assim como os esportes, arte e cultura agregam valor ao profissional e num mundo cada vez mais global podem fazer a diferença no resultado dos negócios.

Maria Christina de Andrade Vieira, empresária e escritora, autora de Herança (Ed.Senac-SP), Cotidiano e Ética: crônicas da vida empresarial (ed. Senac-SP).chris@onda.com.br www.andradevieira.com.br

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