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Até o fim do ano, as vendas pela internet devem crescer 47% no Brasil. Isso significa que entre o último Dia da República (15 de novembro) e o Natal – período que historicamente concentra 20% do faturamento do comércio virtual – R$ 420 milhões serão gastos em compras via web. Os números são de um estudo da consultoria E-bit, especializada no segmento, que estima vendas globais de R$ 2,5 bilhões do varejo eletrônico nacional em 2005 – representando aumento de 40% em relação a 2004. Há cinco anos esta tem sido a média de crescimento no segmento. É natural, portanto, que o nicho esteja atraindo cada vez mais interessados.

Pelo próprio fato de ser um ambiente virtual, é difícil estabelecer o conceito de empresas regionais – até porque, uma vez na internet, elas se tornam globais. Mesmo assim, é possível afirmar que o Paraná tem um e-commerce incipiente. Serviços de vendas online de pequenas e médias companhias do estado surgem com a mesma velocidade que desaparecem na rede mundial de computadores. "Existem muitos aventureiros, que não fazem um planejamento estratégico. Por isso, há muita rotatividade nos pequenos negócios da rede", diz o diretor-geral da E-bit, Pedro Guasti.

O diretor administrativo da inMídia, desenvolvedora curitibana de soluções para a internet, Sandro Ramos, concorda, e diz que os grandes magazines online, como Americanas.com, Pão de Açúcar Delivery e Submarino, são os maiores responsáveis por puxar o crescimento do e-commerce no Brasil. "A maioria das médias empresas ainda é míope com relação à internet." Para ele, as empresas de maior porte se desenvolvem melhor na web pois geralmente têm uma equipe de Tecnologia da Informação (TI), que entende a importância da atuação neste ambiente. "Hoje, é fundamental que o TI e o marketing trabalhem lado a lado."

Dessa maneira, segundo ele, o potencial de relacionamento com os clientes que um site tem pode ser mais bem trabalhado. "Para cada R$ 1 gasto na loja online, outros R$ 7 são gastos na versão física a partir do contato com o site", frisa, citando um levantamento da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net).

Um exemplo da parceria entre TI e marketing que vem dando certo na capital paranaense é o da Livrarias Curitiba (www. livrariascuritiba.com.br). Seu faturamento e-commerce ainda é insignificante quando comparado à movimentação nas lojas: não ultrapassa R$ 150 mil ao mês (menos de 1% do rendimento bruto do grupo). Por outro lado, seu endereço eletrônico recebe 2,5 mil visitas diárias. "Esses visitantes checam preços, vêem a disponibilidade de produtos e, muitas vezes, vêm até nossas lojas. A internet é uma ferramenta de marketing", diz o diretor comercial da Livrarias Curitiba, Marcos Pedri. O executivo afirma que, apesar de pequeno, os negócios fechados em meio virtual estão em franco crescimento na rede – de 2004 para 2005, o crescimento registrado foi de 20%. "Com as melhorias tecnológicas e o aumento do uso do cartão de crédito, o movimento nos sites deve aumentar." A rede está investindo R$ 1,3 milhão em hardware e software para gerenciar melhor todos os processos do negócio.

Outro caso de sucesso local é o da rede de supermercados Muffato, de Cascavel, que oferece o serviço de entrega via web (www.supermuffato.com.br) nas cidades de Curitiba, Ponta Grossa, Londrina e Presidente Prudente. A loja virtual da capital paranense, por exemplo, tem mais de 37 mil itens disponíveis. De acordo com estudos, no entanto, as compras de alimentos pela internet ainda têm uma participação pequena e as redes de supermercados com atuação na web não somam mais que 2% de participação do e-commerce em seu faturamento global.

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