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Vitrines expõem mais do que tentações de consumo: são ofertas de empregos. Em um shopping de Curitiba, sete lojas têm vagas para contratação imediata. Em outro, são mais de 20.

Segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings, em novembro do ano passado, 112,4 mil vagas foram abertas, 12% a mais que no mesmo período de 2007. Muitas ainda não foram preenchidas. O que acontece nos shoppings não tem nada a ver com economia. As vagas existem neste ou em qualquer outro momento simplesmente porque são poucos os que se dispõem a trabalhar nos fins de semana, nos feriados ou em horário noturno. As pessoas desistem do emprego e precisam ser substituídas. A rotatividade é ainda maior no setor de alimentação.

Em um restaurante da capital paranaense, estão faltando oito garçons e auxiliares de cozinha. O dono tem mais 50 vagas para contratação agora em outros dois shoppings: um em Curitiba e outro em Goiânia. Ele não exige experiência e oferece salário de R$ 900 a R$ 1,2 mil, além de alimentação e até apartamento próximo ao trabalho, mas não está fácil preencher as vagas.

"Se ele estuda de manhã, não pode vir ao restaurante, porque o expediente começa às 10h30 para fazer o almoço. Não pode ser à tarde, porque o restaurante fecha o almoço às 14h. Não pode ser à noite, porque o restaurante abre às 19h e vai até as 22h", conta o dono do restaurante, Júnior Durski.

Os empregos de vendedor podem render mais por causa das comissões sobre vendas. Também é preciso talento para convencer os clientes a comprar.

"Você tem que mostrar ao cliente que ele precisa daquele produto, mas nem sempre é preciso. O vendedor tem de ser muito bom para fazer com que o consumidor tenha desejo pelo produto", diz o dono de uma loja, Cristofer Bojj.

A vendedora Amanda Maciel aceitou o desafio. Ela foi contratada há uma semana.

"São seis horas de trabalho. Eu consigo sair às 17h e estudo um pouco. Vou até a faculdade e estudo mais. Facilita bastante a vida", comenta.

Bom exemplo no interior gaúcho

Também têm se saído bem as empresas que viram na crise um estímulo para inovar. Um bom exemplo vem do interior do Rio Grande do Sul.

Ao todo, 28 mil pares de calçados são produzidos por dia, mas a empresa quer mais. Contratou 200 funcionários em janeiro e vai abrir duas novas unidades. Qual é o segredo para crescer enquanto tanta gente fecha as portas? Manter o preço do produto e investir em tecnologia fazem parte da estratégia.

São equipamentos para cortar tecido que fazem muita diferença. Por exemplo, as máquinas novas economizam até 30% de material. Ou seja: tecido que antes ia para o lixo agora também vai virar calçado.

Fazer ferramentas mais eficientes é justamente o negócio de uma pequena indústria, que pretende crescer 50% em 2009. A equipe até já dobrou: agora são 12 os funcionários.

"Graças a Deus, agora eu consigo sustentar a minha família sem ajuda de ninguém. Isso é o mais importante", comemora o soldador Israel de Oliveira.

"Com planejamento, a gente vai atrás para buscar nossos clientes, manter nossos clientes e buscar novos clientes também", afirma o empresário Vilve Zardo dos Santos.

Outra metalúrgica gaúcha descobriu que o alicate para manicure venderia mais se ficasse diferente. Assim, o produto tradicional ganhou visual de acessório de moda.

"Nós entendemos a crise como uma oportunidade, com produtos inovadores, com valor agregado e qualidade. Essa é a nossa aposta para 2009", diz o gerente da empresa Moacir Santana.

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