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O nível de emprego na indústria paulista subiu 0,15% em agosto, na comparação com julho. Segundo dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), foram criados no mês passado 3.150 postos. Apesar da alta, essa foi a menor taxa registrada neste ano. Em julho, o nível de emprego chegou a subir 0,81%.

O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, disse que o crescimento modesto da economia brasileira e a demora na redução mais substancial na taxa de juros impedem o crescimento maior do nível de emprego no país. No acumulado do ano, a taxa acumula alta de 3,69% e, em 12 meses, de 3,93%. Nos primeiros oito meses de 2005, foram criados 75.955 postos.

No ano passado, o nível de emprego cresceu em agosto 0,69%. Isso aconteceu porque a economia se desenvolvia com uma velocidade maior, de acordo com o executivo da Fiesp.

- O resultado deste mês é modesto. Representa estabilidade. O emprego anda de mãos dadas com a atividade industrial, que não tem crescido muito. A produção física da indústria está sem muita variação, e o emprego também - disse Francini.

Dos 47 setores filiados à Fiesp, houve contratação em 17. Outros 20 setores demitiram trabalhadores e 10 ficaram com o mesmo quadro de pessoal. Ganharam destaque nas contratações as indústrias de Curtimento de Couros e Peles (8,13%), Massas Alimentícias e Biscoitos (5,10%) e Refrigeração (2,35%). De acordo com a Fiesp, uma fabricante de curtimento de couro abriu um novo turno de trabalho e contratou mais pessoas. Entre as principais demissões estiveram Relojoaria (-7,83%), Móveis de Junco e Vime (-1,80%) e Aparelhos Elétricos (-1,15%).

- Em julho deste ano, o setor de Alimentos e Bebidas, que mais emprega trabalhadores em São Paulo, puxou o nível de emprego. O setor de alimentos subiu 2,2% e Bebidas, 4,6%. Já em agosto, o setor de Bebidas apresentou alta de 1,04% e o de Alimentos, 1,68% - explicou Francini.

Curtimento de Couro, que apresentou a maior alta em agosto (8,13%), tem uma contribuição menor na taxa. Já Massas Alimentícias e Biscoitos (alta de 5,10%) apresentaram um resultado razoável por conta do "efeito panetone", com as encomendas típicas das festas de fim de ano.

Historicamente, setembro e outubro apresentam resultados melhores, com as encomendas para o final de ano. Mas Francini não acredita que o nível de emprego subirá com muita força nos próximos meses. Ele confirmou que a taxa de emprego deve crescer 4% em 2005, acompanhando uma elevação de 4,5% da atividade industrial e de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2004, o nível de emprego da indústria paulista subiu 7,45% e atividade aumentou 8,5% no mesmo período.

Para Francini, as taxas de juros tiveram apenas uma redução simbólica, que mostra uma mudança de atitude do Banco Central e uma visão um pouco mais otimista.

- Mas o consumidor não vai sair por aí comprando somente porque a Selic foi reduzida em 0,25 ponto percentual. Com isso, o nível de emprego cresce menos. O país precisa também parar com o "stop and go" (crescimento elevado em um ano e redução da atividade em outro) - disse ele, ressaltando que a economia mundial tem crescido bem mais que a brasileira.

- E na América Latina, só ganhamos de El Salvador e Haiti. Não estamos indo mal, mas temos uma visão medíocre, já que pensamos que tudo poderia ser pior. Se o país estivesse fazendo a lição de casa, nosso crescimento seria mais suntuoso - disse.

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