O dólar comercial fechou pela sexta vez consecutiva em queda, no patamar mais baixo desde 30 de abril de 2001. A moeda americana terminou a segunda-feira com desvalorização de 0,36%, a R$ 2,202 na compra e R$ 2,204 na venda. Na mínima do dia, o dólar chegou a ser negociado a R$ 2,198 na venda. Em seis dias, a moeda já caiu 3,97%. A entrada de dólares nesta segunda-feira foi maior do que o Banco Central comprou em um novo leilão que realizou esta tarde.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou o pregão nesta segunda-feira em alta de 0,21%, com 30.952 pontos e volume financeiro de R$ 1,463 bilhão. O índice chegou a operar no campo negativo no meio da tarde, mas voltou a subir no fim do dia. Na máxima, chegou a 31.363 pontos e na mínima, atingiu 30.728 pontos.
O risco-país fechou o dia em 352 pontos centesimais, com quatro pontos a menos em relação ao fechamento de sexta-feira, segundo o J.P. Morgan. O EMBI+ brasileiro calcula a capacidade de o país cumprir os seus compromissos. Na máxima, o risco atingiu 357 pontos e na mínima chegou a 351 pontos. O Global 40, título de 40 anos, caiu 0,42% e ficou em 120,13% do seu valor de face.
No mercado de dólares, as entradas de recursos continuam dando o tom.
- O fluxo de dólares é grande no país. Só há uma mão: a de entrada da moeda. Se o Banco Central não tivesse comprado dólares nas últimas semanas, a cotação já poderia estar perto de R$ 2,15. Não é por menos. Os superávits da balança comercial são fantásticos - disse João Medeiros, diretor da Corretora Pioneer.
Segundo dados divulgados pela manhã, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 889 milhões na primeira semana de novembro, com apenas três dias úteis. As exportações no período somaram US$ 2,042 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 1,153 bilhão. No ano, o superávit acumulado é de US$ 37,239 bilhões (exportações de US$ 98,665 bilhões e importações de US$ 61,426 bi). O superávit comercial deve fechar o ano em US$ 42 bilhões, segundo pesquisa semanal do BC.
AçõesEntre as ações mais negociadas estiveram Petrobras PN, Bradesco PN e Gerdau PN. As principais altas foram de Souza Cruz ON (3,65%), Unibanco UNT (3,65%) e Brasil ON (3,04%). Entre as principais quedas estiveram Sabesp ON (3,06%), Telemar PNA (2,31%) Brasil T Part PN (2,27%).
As ações preferenciais do Bradesco subiram 1,15%. Já Bradespar PN teve queda de 0,95%. O banco anunciou nesta segunda-feira que o lucro líquido nos primeiros nove meses do ano foi de R$ 4,051 bilhões, 102,3% a mais do que em igual período do ano passado. O lucro por ação foi equivalente a R$ 8,26.
As ações do Bradesco se valorizaram três vezes mais que o Índice Bovespa neste ano. Os papéis do banco tiveram valorização de 69,4% nos nove primeiros meses de 2005. Já o Ibovespa teve alta de 20,6% no período. Para Álvaro Bandeira, da Corretor Ágora Senior, o bom desempenho está ligado à expectativa do mercado de resultados favoráveis dos principais bancos do país neste ano.
Houve grande atenção aos dados de inflação. A inflação medida pelo Índice Geral Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,63% em outubro, após cinco meses de deflação. Em setembro, o índice havia caído 0,13%. Também foi divulgado logo cedo o boletim Focus do Banco Central. O mercado elevou a projeção de inflação em 2005 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,31% para 5,33%. Para a inflação do ano que vem, o prognóstico foi mantido em 4,6%.
Em São Paulo, o custo de vida subiu em outubro 0,57%, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A taxa é 0,15 ponto percentual inferior à apurada em setembro, que chegou a 0,72%. O ICV acumula, neste ano, uma inflação de 3,94% enquanto nos últimos 12 meses a taxa atinge 5,37%.
- A inflação veio dentro do esperado. Acho que podemos contar com uma queda de pelo menos meio ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em novembro - disse Medeiros.
JurosNa Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), os juros apontaram para baixo. O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou em 18,48%, contra 18,49% no encerramento do pregão na sexta-feira. O contrato de abril do ano que ficou em 17,91% (17,93% na sexta-feira) e o de julho em 17,57% (17,63% no dia anterior). O DI de janeiro de 2007 ficou em 17,27%, contra 17,34% no fechamento anterior.
ParaleloO dólar paralelo fechou estável, a R$ 2,380 na compra e R$ 2,480 na venda. No Rio, o black encerrou o dia em queda de 2,08%, cotado a R$ 2,250 na compra e R$ 2,350 na venda. O dólar turismo em São Paulo terminou o dia em queda de 1,27%, a R$ 2,180 na compra e R$ 2,320 na venda.



