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Brasília (AG) – A proximidade do referendo sobre a proibição do comércio de armas provocou uma inusitada corrida de brasileiros às lojas especializadas na venda de revólveres, pistolas e balas. Só em agosto foram vendidas 12.600 armas, 306% a mais que as 3.100 armas comercializadas em fevereiro, segundo dados do Sistema Nacional de Armas (Sinarm) da Polícia Federal. Ao todo, nos dez primeiros meses deste ano, foram postas em circulação 68.800 novas armas, 27,85% a mais que as 53.811 vendidas ao longo do ano passado.

A PF detectou significativo aquecimento da demanda em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e em Pernambuco. O estouro da corrida armamentista até inverteu a tendência de queda da venda de armas que vinha se consolidando nos últimos anos. Em 2002, quando os governos estaduais passaram a abastecer o Sinarm com informações mais seguras, foram registradas 1.756.384 armas em todo o país.

Em 2003, a vendagem sofreu o primeiro impacto e caiu para 888.009 armas.

Ano passado, no auge da campanha pelo desarmamento, as vendas despencaram para 53.811.

Mas, com os debates sofre vantagens e desvantagens do desarmamento com vistas ao referendo do próximo dia 23, o comércio de armas de fogo voltou a crescer gradativamente. Em janeiro, foram vendidas 3.200 armas. O número pulou para 7.600 em abril. Três meses depois, em julho, as vendas saltaram para 9.800. Em agosto, a escalada armamentista dos cidadãos comuns atingiu o pico: 12.600 armas entregues a um anônimo exército de particulares.

O crescimento da demanda, um movimento inédito num país em paz há mais de 200 anos, surpreendeu os lojistas. Muitas lojas estão com os estoques reduzidos quase a zero. Os fabricantes, porém, estariam com receio de aumentar a produção para atender a demanda momentânea e, depois, sofrerem prejuízos.

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