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Uma significativa entrada de recursos externos no país evitou que o dólar fechasse com forte alta nesta sexta-feira. A moeda americana encerrou o dia praticamente estável, em alta de 0,08%, cotada a R$ 2,336 na compra e R$ 2,338 na venda. Os títulos da dívida externa recuaram e o risco-país subiu 1,76%, aos 404 pontos centesimais.

Depois de alguns dias de trégua, o cenário político voltou a trazer tensão e instabilidade aos negócios. Uma onda de rumores invadiu as mesas de negociação, a partir da informação de que o publicitário Marcos Valério pode fazer denúncias de corrupção, em troca de proteção da Justiça. A proximidade do fim-de-semana acentuou o movimento defensivo dos investidores, que buscaram não se expor a riscos de novas denúncias.

O dólar chegou a bater a máxima de R$ 2,353 na ponta de venda (alta de 0,73%), como reação ao ambiente mais tenso. Mas a subida da cotação acabou por atrair um grande número de vendedores ao mercado. Segundo operadores, os recursos vieram de exportações, captações externas e também de lançamentos de ações na bolsa.

- Teve fluxo sim. Não fossem os ingressos, certamente o dólar não teria fechado perto da estabilidade. Diante de novas notícias sobre a crise política e a chegada do fim-de-semana, era natural que o investidor aumentasse a procura por dólares. Mas os ingressos acabaram neutralizando a pressão - disse Hideaki Iha, da corretora Souza Barros.

Segundo Iha, o comportamento do dólar na próxima semana dependerá bastante das notícias do fim-de-semana. Mas ele descarta um repique de alta do dólar, devido à intensidade dos ingressos de recursos.

A deflação de 0,37% medida pelo IGP-10 em julho não impediu a alta das projeções dos juros na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). As taxas do Depósito Interfinanceiro (DI) tiveram leve baixa nos vencimentos mais curtos, mas avançaram nos mais longos.

A queda de 0,37% do IGP-DI foi maior que o esperado, mas teve efeito limitado no mercado, devido à tensão com o cenário político. Em tese, a queda sugere a necessidade de redução dos juros básicos da economia. Na próxima semana acontece a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidirá sobre a taxa vigente, de 19,75% ao ano.

O DI com vencimento em outubro fechou com taxa de 19,61% ao ano, contra 19,64% do fechamento de quinta-feira. O DI de janeiro de 2006 teve a taxa elevada de 19,12% para 19,14%. A taxa do DI de janeiro de 2007 subiu de 17,47% para 17,53% anuais.

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