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Os bancários iniciaram nesta quinta-feira uma greve geral por tempo indeterminado em nível nacional. Os trabalhadores decidiram cruzar os braços para pressionar os banqueiros a melhorar a proposta de reajuste salarial, hoje de 4%, e aumentar a participação nos lucros.

Segundo a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), a greve fechou apenas 5% das agências de todo o país. Em São Paulo, houve tumulto e alguns manifestantes foram detidos.

A Confederação Nacional dos Bancários (CNB), ligada à CUT, informou que há paralisações em 20 estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Acre, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Maranhão, Pernambuco, Ceará, Piauí, Sergipe, Pará, Paraíba, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul), mas ainda não divulgou um balanço sobre o percentual de adesões.

No Centro do Rio, a greve atingiu principalmente os bancos públicos - incluindo o BNDES - e algumas agências de Unibanco e Bradesco, na rede privada. Uma liminar obtida pelos bancos garante o funcionamento de algumas agências privadas. No bairro da Ilha do Governador, na Zona Norte, alguns bancos conseguiram abrir as portas, apesar da greve nacional dos bancários, respaldados pela medida judicial.

- Essa liminar é concedida pela Justiça Cível e é o mesmo instrumento jurídico de posse que dão para as áreas tomadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. A Justiça Cível está dando essa liminar para os bancos e eu não quero ser banqueiro e nem tirar empresa de ninguém - disse o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Vinícius de Assumpção, para quem 21 mil bancários estão parados no estado.

No BNDES, os funcionários aderiram à greve por apenas 24 horas e paralisaram todas as atividades do banco nesta quinta-feira. Segundo a Associação de Funcionários do BNDES, só estão trabalhando no edifício-sede da instituição os diretores de áreas e secretárias. A principal reivindicação da categoria no banco estatal é a isonomia salarial entre os dois quadros atuais de funcionários, os antigos e os novos concursados.

Em São Paulo, os bancários da capital, Osasco e Região decidiram começar a greve por tempo indeterminado nos prédios administrativos. De acordo com o sindicato, os trabalhadores não querem prejudicar o pagamento dos aposentados nesta quinta-feira, dia 6.

Desde o dia 20 de setembro, as negociações foram suspensas porque os bancários ficaram descontentes com a proposta dos bancos, que ofereceram reajuste salarial de 4% em vez dos 11,77% solicitados.

- Estamos à espera de uma contraproposta dos bancos desde setembro, mas eles se mostraram intransigentes. Esperamos que, com a paralisação, os banqueiros decidam reabrir as negociações - disse o presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB), Vagner Freitas.

Entre as reivindicações estão ainda o fim da terceirização e a recontratação dos terceirizados; a ampliação do horário de atendimento ao público (das 9h às 17h), com dois turnos de trabalho; aumento da PLR (um salário mais valor fixo de R$ 788 acrescidos de 5% do lucro líquido distribuídos de forma linear entre os funcionários); valorização dos pisos, garantia de emprego e novas conquistas - como o 14º salário, 13ª cesta-alimentação e gatilho salarial (reajuste sempre que a inflação acumulada alcançar 3%).

O presidente da Fenaban, Márcio Cypriano, disse que os sindicatos radicalizaram o movimento e ainda contrataram desempregados e representantes de movimentos sociais para participar das manifestações. Segundo ele, o bancário não quer a greve e aceita o bônus de R$ 1 mil oferecido pelos bancos.

Segundo a CNB, existem cerca de 400 mil bancários em todo o país. A categoria é mais numerosa em São Paulo, onde existem 150 mil trabalhadores, seguido pelo Rio de Janeiro- com 40 mil- e Distrito Federal- com 25 mil.

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