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O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, afirmou nesta quarta-feira que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre já era esperada e não configura uma tendência.

Em rápida entrevista aos jornalistas, Palocci afirmou que "toda a política monetária tem seus custos", mas mostrou otimismo quanto à queda da taxa básica, a Selic, nos próximos meses.

- Olhando à frente, a flexibilização da política monetária, a continuidade no aumento das vendas e da renda indicam que o crescimento não vai parar. Não há processo de crescimento que seja uma curva linear sem interrupções - disse o ministro, que acompanha o presidente Lula em viagem oficial.

O ministro afirmou que "todas as condições para o crescimento estão dadas", mas foi questionado pelos repórteres se o país vai crescer menos de 3% este ano.

- Vamos refazer as contas. Logo esses números vão ser avaliados e divulgados. O mais importante é observar neste momento se essa indicação do terceiro trimestre é uma tendência ou se é apenas um momento fora da curva de crescimento. Todos os indicadores mostram que esse é um momento de redução dentro de uma linha de crescimento que prossegue - afirmou o ministro.

O resultado da economia brasileira no terceiro trimestre do ano ficou abaixo da estimativas mais pessimistas. O mercado já esperava uma queda no Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas geradas pelo país), mas se surpreendeu com a magnitude da taxa. O PIB teve queda de 1,2% no segundo para o terceiro trimestre deste ano. Foi a maior queda percentual em dois anos e meio. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve crescimento de 1%.

Analistas previam uma queda bem menor, entre 0,33% e 0,40%, no período julho-setembro deste ano. O avanço de 1% em relação ao mesmo período de 2004 também frustrou as expectativas, que eram de alta de cerca de 2%.

Segundo o IBGE, para o país conseguir crescer 3% este ano, a economia precisará se expandir 4,3% entre outubro e dezembro, contra os mesmos meses de 2004. Até setembro, a economia brasileira cresceu 2,6% contra 5% no mesmo período do ano passado.

O efeito restritivo e retardado dos juros altos da economia - a taxa básica Selic ficou em 19,3% ao ano de abril a setembro - contribuiu para a queda do PIB, como já era esperado. Já o resultado do agronegócio, cujo comportamento carrega certa dose de imprevisibilidade, foi uma surpresa para muitos. Houve queda de 3,5% na agropecuária, influenciada pela quebra da safra agrícola, e de 1,2% na indústria. O setor de serviços teve taxa de crescimento zero.

Para analistas, a crise política - que teve seu ápice justamente entre julho e setembro - também teve reflexo negativo sobre o PIB, envolvendo principalmente as expectativas e as decisões de investimentos.

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