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| Foto: Valterci Santos/Arquivo Gazeta do Povo

Experientes ou amadores, os concurseiros são unânimes: o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe), da Universidade de Brasília (UNB), é, de longe, a banca de concursos mais temida por quem sonha com a carreira pública no Brasil. Mas afinal, o Cespe merece a fama que tem? Os especialistas da área dizem que sim.

Segundo Thais Nunes Laskoski, professora de Direito para concursos públicos, essa ideia foi construída nos últimos anos em decorrência de uma diferença de estilo importante do Cespe em relação às principais bancas de concursos do país. Isso inclui tanto o formato da prova, quanto o jeito como o conteúdo é cobrado dos candidatos.

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Enquanto as demais organizadoras, inclusive as mais renomadas, costumavam elaborar questões simples e eram famosas por cobrar “a letra da lei” nas questões de Direito, o Cespe se destacou elaborando questões mais complexas, que misturavam legislação, interpretação de texto, lógica e histórias como enredo para analisar a legislação, explica Thais. 

É o que o professor do Curso Aprovação e coach para concursos Carlos André define como “contar um causo”. “Diferente da Fundação Carlos Chagas (FCC), que tem questões menos elaboradas do ponto de vista da criatividade, o Cespe valoriza questões mais complexas que demandam interpretação e contextualização. São questões mais inteligentes que abordam a aplicação prática da lei”.

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Na prática, isso significa que a famosa “decoreba” não funciona nas provas da Cespe com suas questões complexas, multidisciplinares e enunciados longos. “O candidato precisa dominar o conteúdo, ter controle emocional e saber administrar o tempo”, diz Henrique Arns, diretor do Curso Luiz Carlos. 

Mas talvez o ponto mais emblemático da prova do Cespe é o formato das questões e respostas cobradas dos candidatos, que contribuiu – e muito – para que a organizadora ganhasse o título de mais temida. Isso porque, o método de exclusão de alternativas até chegar à resposta não funciona. O famoso chute, então, nem pensar!

Certo, errado ou em branco

As questões de múltipla escolha possuem cinco alternativas e o candidato deve assinalar certo ou errado para cada uma delas. O ponto chave é que as alternativas são avaliadas individualmente e cada erro elimina um acerto. Na dúvida, a recomendação é sempre deixar em branco e não responder, segundo especialistas em concursos.

“A gente até brinca que nos editais do Cespe é possível sair devendo, com a dívida acumulada para o próximo concurso”, brinca Carlos André. 

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Por tudo isso, trata-se de uma prova que exige atenção redobrada por parte do candidato. Não apenas em relação à leitura e interpretação do conteúdo, mas também para não cometer erros que podem custar caro. 

“Às vezes o candidato até sabe a questão, mas por conta da insegurança fica com medo do erro e não marca. Eu não diria que as questões do Cespe são mais difíceis, mas pelo aspecto da pressão psicológica, tende a ser uma prova que exige mais dos candidatos”, diz o coach de concursos.

Leia e releia o edital

Nem todas as questões das Cespe, contudo, seguem o mesmo padrão. A organizadora faz, inclusive, provas de múltipla escolha no modelo tradicional, com apenas uma alternativa certa ou errada. “Tudo depende do pedido do cliente”, explica Arns. “Tem ocasiões em que duas erradas anulam uma questão certa. É preciso analisar o edital do concurso”, acrescenta ele.

Estude a banca e treine, treine, treine

Conhecer o estilo da banca examinadora é fundamental e pode fazer a diferença entre um aprovado e outro candidato que bateu na trave. Isso vale para todas as bancas organizadoras, mas especialmente para editais organizados pelo Cespe.

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Uma dica importante é ler, reler e responder outras provas da banca Muitas questões podem, inclusive, se repetir, alertam os especialistas. Na hora de fazer a prova, a recomendação é uma só: evite o chute e responda apenas se tiver certeza. “É absolutamente normal o aluno não responder todas as questões e fechar a prova somente com as questões que tem certeza”, afirma Arns, do Curso Luiz Carlos.

No geral, não tem segredo. “Quem se dá bem nas provas da Cespe é o candidato que também tem bom desempenho em provas de outras organizadoras porque, acima de tudo, domina o conteúdo”, diz Carlos André.

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