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Carreira

Profissional em segurança no trabalho é valorizado

Acidentes de trabalho acontecem, mas podem ser evitados. Porém, ao mesmo tempo em que a fiscalização aumenta, está difícil encontrar profissional responsável por essa prevenção – o que cria um bom nicho de mercado para quem se preocupa com os riscos do ambiente de uma empresa. As vagas são para engenheiros, médicos, técnicos, enfermeiros e auxiliares, mas é preciso conseguir capacitação em cursos. O salário varia de R$ 2 mil a R$ 5 mil.

Quem é da área de segurança do trabalho garante que está havendo maior contratação. "O aumento no número de acidentes está onerando o INSS, que está falido e por isso está cobrando maior responsabilidade das empresas", explica o coordenador do curso de técnico de segurança do trabalho do Colégio Brasileiro de Estudos Sistêmicos (CBES), Ricardo Germano Efing. Conforme os últimos dados disponíveis, de 2004 a 2005 o número de acidentes de trabalho no Brasil aumentou de 465,7 mil para 491,7 mil, uma alta de 5,6%.

De acordo com a lei 6.514, de 1977, as empresas são obrigadas a manter um certo número de profissionais especializados em segurança do trabalho, que varia pela quantidade de funcionários e pelo risco enfrentado por eles. Uma plataforma extratora de petróleo com mais de 100 empregados precisa ter dois técnicos, um engenheiro e um médico especializados, por exemplo, enquanto uma repartição pública que tenha de 501 a mil servidores é obrigada a contratar somente um técnico. A infração é punida com pesada multa ou até mesmo embargo das atividades, caso haja risco muito grande aos trabalhadores.

Para o professor Mozart Azevedo da Silveira, especialista em segurança do trabalho na área industrial, do Centro de Educação Tecnológica Tupy, o aumento no número de acidentes está ocorrendo pelo crescimento das empresas e pela terceirização, quando ocorre a troca de funcionários treinados por outros que não estão habituados às normas. "A procura [por técnicos em segurança] já foi muito baixa, mas agora está grande e aumentando mais, porque a fiscalização está ficando mais rígida e as empresas estão ficando mais conscientizadas", explica. Segundo ele, quando uma empresa consegue diminuir a incidência de acidentes, o INSS pode reduzir a alíquota de contribuição por empregado.

O retorno do investimento é outro motivo que pode levar as empresas a contratar mais profissionais de segurança do trabalho. De acordo com o especialista em saúde ocupacional Hudson de Araújo Couto, uma pesquisa da montadora de automóveis Ford concluiu que, para cada US$ 1 gasto em ergonomia (que diminui os acidentes de trabalho), o retorno era de US$ 5,29. A montadora Renault está atenta a esta realidade. No Complexo Ayrton Senna, de São José dos Pinhais, a empresa investiu R$ 120 mil para construir o Centro de Preparação Física, um misto de academia de ginástica com clínica de fisioterapia que oferece condicionamento para os trabalhadores da área operacional enfrentarem a rotina na linha de produção. Além disso, os empregados se sentem mais motivados quando sabem que a empresa está preocupada com sua segurança.

Conforme Couto, 50% dos acidentes ocorrem porque a segurança é ignorada ou não fiscalizada pela empresa. "Em 30% dos casos a origem é a condição anti-ergonômica. Isso significa que, se a empresa atacar esses dois pontos fundamentais, ela irá prevenir 80% dos acidentes", garante. O especialista também está seguro de que há muito espaço no mercado de trabalho para engenheiro de segurança com especialização em gestão de sistemas de segurança, técnico de segurança, médico do trabalho e profissional de ergonomia (leia matéria abaixo).

A consultora Janete Knapik, da RH Nossa, que trabalha com recrutamento e seleção de profissionais, também afirma que há uma demanda constante por esses profissionais. "É difícil de encontrá-los, principalmente um engenheiro que trabalhe só em indústria. A remuneração para dedicação integral varia de R$ 5 mil a R$ 6 mil", exemplifica. De acordo com ela, este é um bom nicho de mercado, mas quem quer ingressar nele precisa se especializar. "As empresas também precisam se conscientizar que o técnico deve cuidar da segurança, porque há algumas que contratam somente por obrigação e dão outras funções para ele." Esta prática, inclusive, é proibida pela legislação.

Serviço: RH Nossa – (41) 3014-0029 – www.rhnossa.com.br

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