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Não adianta tentar: fuja de tradutores automáticos para evitar erros grosseiros. | Pixabay/
Não adianta tentar: fuja de tradutores automáticos para evitar erros grosseiros.| Foto: Pixabay/

Elaborar um currículo já exige atenção quando fazemos o documento na nossa língua materna, para disputar vagas inseridas dentro da cultura do mundo do trabalho brasileira, imagine, então, quando é preciso fazer um currículo em inglês. O risco de cometer algum deslize que pode colocar tudo a perder aumenta muito a responsabilidade, por isso é importante reservar tempo e redobrar a atenção para escrever o seu currículo em inglês. Não dá para copiar o conteúdo e jogar no tradutor do Google, viu?

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A coordenadora do Núcleo de Relações Internacionais do Centro Universitário FAE, Areta Galat, ressalta a importância da atenção ao texto. “Não tem como traduzir um currículo do português para o inglês ao pé da letra”, adverte. “O currículo tem que prender o interesse de quem está lendo e o inglês tem palavras atraentes, adequadas para despertar o interesse do recrutador”.

Comece pelo formato

O primeiro passo para conquistar esse interesse é atentar para o formato. Morando em Londres há quase dois anos, a advogada Camila Laugé conta que foi difícil, a princípio, entender a lógica de contratação no país estrangeiro. “No começo, sofri muito por não entender como os britânicos gostavam do currículo e sei que fui rejeitada várias vezes por conta disso”, conta. Hoje, no entanto, está mais do que acostumada: trabalha como headhunter para a indústria farmacêutica.

Ela destaca a importância de elencar tanto a experiência profissional quanto acadêmica na ordem da mais recente para a mais antiga. Além disso, é preciso tomar cuidado para não pecar pela falta na hora de decidir o que entra ou não.

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“Se for fazer um CV [curriculum vitae, termo do latim que significa “trajetória de vida”] de duas páginas, tenha certeza que você escolheu a experiência correta e que, ainda que seja curto, você tenha conseguido explicar exatamente o que faz e quais são suas principais responsabilidades”.

Clareza e capricho na hora de escolher o vocabulário

Areta explica que não basta dizer apenas o seu cargo e a empresa em que trabalhou. “Você deve falar das suas aptidões, que habilidades desenvolveu nas posições em que atuou: o que você fez e o que adquiriu”, diz. O mesmo vale para a educação, destacando projetos, prêmios ou matérias que considere um diferencial.

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Os erros mais comuns – e mais graves – tendem a ser os gramaticais e de vocabulário. Escolher os verbos corretos e os termos técnicos mais adequados mostram domínio da língua e familiaridade com conteúdo em inglês relativo a sua área de atuação.

“O currículo tem que dar a impressão que você é interessante e a atenção ao vocabulário é o mais importante”, afirma a coordenadora. É preciso tomar cuidado, ainda, com palavras vazias e genéricas, que não querem dizer muita coisa – opte sempre pela clareza.

É preciso lembrar que o currículo é uma propaganda de si mesmo. “Um erro é não saber agrupar informações e se valorizar”, avisa Areta. “O que mais me chama atenção é a dificuldade que as pessoas têm de vender-se no papel. Já falei com muitos candidatos maravilhosos e com uma experiência mil vezes melhor do que aquela escrita ali no currículo”, relata Camila.

Peça a alguém para revisar

“Você tem que passar bastante tempo redigindo [o currículo] para ter certeza que está tudo correto. Não adianta fazer em meia hora, algo vai faltar”, garante a recrutadora. “Uma boa tática é pedir para uma segunda pessoa revisar. É importante que um leigo consiga entender seu CV e o que você faz por meio do que você escreveu sobre suas responsabilidades”.

Sem preguiça! Adapte seu currículo para diferentes vagas

Enquanto no Brasil a prática é de acrescentar muitos detalhes pessoais no currículo, como endereço, estado civil e idade, essa prática não é comum em lugares como o Reino Unido ou os Estados Unidos. O cabeçalho é simples: nome completo, cidade onde mora e meios de contato já dão conta do recado.

Carta de apresentação

Também não pode faltar uma boa carta de apresentação acompanhando o currículo. Ainda com linguagem formal, o conteúdo desta é um pouco mais pessoal, deve complementar o que já consta no currículo e expressar por que você é candidato ideal para aquela vaga. “Veja como a empresa é e customize o conteúdo para que transmita comprometimento, interesse e cuidado”, aconselha Areta.

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É preciso conhecer o mercado e saber quais são os seus diferenciais, o que requer pesquisa e disposição. “Na hora de buscar emprego, tem que deixar a preguiça de lado para ter certeza que seu currículo não vai ser rejeitado, e sim brilhar na frente dos outros tantos candidatos que estão concorrendo com você”, conclui Camila.

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