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Para 61% dos participantes da pesquisa, o mais importante em uma oportunidade de emprego é um bom plano de carreira. | Bigstock/
Para 61% dos participantes da pesquisa, o mais importante em uma oportunidade de emprego é um bom plano de carreira.| Foto: Bigstock/

Na era dos youtubers, personalidades famosas e influenciadores digitais, quem realmente inspira os jovens da geração Z (nascidos a partir da década de 90) na hora de pensar o futuro profissional são os grandes executivos, entre eles, Steve Jobs e o brasileiro Jorge Paulo Lemann. Segundo a pesquisa Carreiras em Transformação, feita pela Page Talent em parceria com a Inova Business School, entre os jovens de 20 e 28 anos, embora haja uma pulverização de personalidades inspiradoras do mundo dos negócios, os executivos ganham de qualquer ídolo quando o assunto é carreira.

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Dos mais de 4 mil respondentes, majoritariamente das regiões Sudeste (69%), Sul (15%) e Nordeste (14%), a maioria dos jovens tem na ponta da língua a personalidade que serve como inspiração de carreira: Steve Jobs (8%), Jorge Paulo Lemann (5%), Silvio Santos (4%), Barack Obama (3%), Jesus Cristo (3%), Bill Gates (3%), Flávio Augusto da Silva (3%), Elon Musk (2%) e Mark Zuckeberg (2%).

Ao todo, foram apontados 726 nomes – apenas 10% não souberam citar alguém quando questionados sobre quem os inspirava em uma questão de resposta livre.

“Quando a pesquisa foi elaborada procuramos deixar a resposta em aberto para não influenciar na escolha”, explica Ricardo Basaglia, diretor-executivo da Page Talent. Os nomes que ocupam o restante do top 5 são coerentes com outro resultado do levantamento, que mostrou que personalidades empreendedoras e inovadores de sucesso são as maiores influências desses jovens.

Para o consultor de carreira da escola de negócios Esic Alexandre Weiler, depois de assistir o boom da tecnologia e do empreendedorismo, essa geração levou um choque de realidade com seu primeiro contato com o mercado e com os recentes altos índices de desemprego.

Tivemos uma geração que sonhou muito e nesse momento os jovens estão aterrissando. Essa geração não tem grandes expectativas utópicas a respeito da vida e por isso acaba sendo um pouco cética em relação a isso

Estabilidade e conforto

A ausência de influenciadores digitais como Felipe Neto, Kéfera Buchmann e Thaynara OG entre os inspiradores pode ser explicada pelos anseios dos participantes em relação à carreira. Enquanto celebridades da internet sustentam suas vidas em um cenário de incerteza em relação ao futuro, a pesquisa mostra que os jovens estão buscando estabilidade ao invés de uma grande aventura. Para 61% dos respondentes, um plano de carreira estruturado é o maior atrativo em uma oportunidade de emprego – à frente até mesmo do valor do salário ou bolsa auxílio, com 45% da preferência.

Nossa pesquisa quebra o estereótipo em relação a esse jovem. Mais de 70% deles gostariam de ser efetivados, 39% querem permanecer mais de dois anos nas empresas que atuam hoje. Então, o estereótipo do jovem que sai experimentando tudo não é o que acontece no Brasil”, aponta Basaglia

A forte presença de nomes como Steve Jobs, Jorge Paulo Lemann, Silvio Santos e Barack Obama é outra evidência de que essa geração se espelha em pessoas que construíram uma vida profissional sólida por caminhos, em maior ou menor grau, tradicionais.

Familiares têm influência nos rumos de carreira

A terceira figura que mais os influencia é a própria mãe, seguida de executivos de sucesso e professores ou mentores, amigos, pesquisadores de sucesso e o paí. “As referências apontadas são pessoas com quem eles conseguiriam aprender algo e trilhar uma carreira vitoriosa, de protagonismo, podendo fazer a sua própria história”, diz o diretor da Page Talent.

Na outra ponta, listados aqueles com menor influência, figuram as celebridades , influenciadores digitais (youtubers e blogueiros), líderes políticos e as redes sociais.

Frustração

Mesmo com essa vontade de fazer carreira dentro da mesma companhia, a maioria dos estagiários entrevistados (65%) disseram não ver possibilidades claras de crescimento nas empresas onde trabalham. Considerando que menos da metade (44%) dos 310 profissionais de Recursos Humanos participantes do estudo declararam efetivar até 30% do seu contingente de estagiários, a impressão dos estudantes sobre o futuro da própria carreira nas empresas faz bastante sentido.

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