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Fábrica da Positivo em Curitiba tem capacidade para produzir 80 mil celulares por mês, desde aparelhos de entrada de baixo custo até os mais sofisticados | Divulgação
Fábrica da Positivo em Curitiba tem capacidade para produzir 80 mil celulares por mês, desde aparelhos de entrada de baixo custo até os mais sofisticados| Foto: Divulgação

Concorrência

Estratégia é não bater de frente com as gigantes do setor

A estratégia da Positivo Informática tem como premissa lançar smartphones com preços baixos e intermediários para fugir da concorrência com os tops de linha das marcas estrangeiras e atingir o consumidor que não quer gastar mais do que R$ 600 com um celular. "Nosso público-alvo é a classe média brasileira. O topo da pirâmide é território das multinacionais", afirma o vice-presidente de Marketing e Produto da Positivo Informática, Maurício Roorda. Apesar de querer demonstrar otimismo com as vendas, a empresa não divulga metas ou previsões de crescimento para o segmento.

A Positivo, porém, tem uma concorrência árdua pela frente. Seja dentro do país ou lá fora, marcas de renome como LG, Nokia, Samsung e Motorola têm lançado modelos de baixo custo, mas com bom desempenho de hardware, justamente visando os consumidores que buscam smartphones mais acessíveis. O Moto G, um dos sucessos de venda da Motorola, sai a partir de R$ 599, enquanto o Nokia Lumia 710 e o LG Fireweb, ambos com câmera de 5 megapixels, saem por menos de R$ 500.

27% foi a queda no número de computadores vendidos no segundo trimestre deste ano no Brasil, em comparação com o mesmo período de 2013, segundo estudo da IDC Brasil. A queda se deu tanto no mercado corporativo (-30%) como no de consumo (-26%). No período, foram vendidos 2,65 milhões de PCs. O desempenho confirma as projeções da consultoria para um ano bastante negativo para o segmento – a estimativa é que 2014 deve fechar com uma queda de 24% nas vendas de computadores, a baixa mais forte já registrada no mercado.

Líder de mercado no Brasil no segmento de computadores, a paranaense Positivo Informática quer deixar de ser lembrada somente como uma fabricante de PCs para tentar ganhar espaço no concorridíssimo mercado de smartphones. A intenção é diversificar as receitas da empresa – as vendas de desktops da companhia caíram pela metade nos últimos quatro anos – e aproveitar o crescimento das vendas de celulares no país, que neste ano devem chegar a 64,9 milhões de aparelhos, segundo dados da consultoria IDC Brasil.

INFOGRÁFICO: Veja os números em vendas da Positivo Informática

No primeiro semestre deste ano, a Positivo vendeu 165,8 mil smartphones e 60 mil features phones (celulares "tradicionais", sem conexão à internet) – em 2012, quando a empresa começou a produzir os aparelhos, foram comercializados 4,7 mil smartphones. Em um movimento que é chamado de uma "nova fase" pelos executivos da companhia, a Positivo verticalizou em junho a produção dos celulares (antes feita por terceiros) em sua fábrica de Curitiba, com capacidade para produzir 80 mil aparelhos por mês em três linhas de montagem.

A empresa tem hoje 10 linhas de celulares, com smartphones de entrada de baixo custo até aparelhos intermediários. O top de linha, o S480, sai a partir de R$ 599. O foco, reconhece a Positivo, está na classe média, mesmo público atendido pelos computadores. "Estamos colocando 100% da energia em celulares. A grande oportunidade de mercado vem desses aparelhos hoje. Queremos repetir em celulares o que fizemos com computadores", resume o vice-presidente de mobilidade da Positivo Informática, Norberto Maraschin Filho.

Sem mudança

Apesar da aposta nos dispositivos mobile, a empresa nega que haja uma mudança de foco em relação aos produtos. Oficialmente, a intenção é seguir investindo no mercado de PCs – principalmente notebooks, que continuam com vendas crescentes. Segundo o balanço do primeiro semestre da Positivo, os desktops continuam respondendo pela maior parte da receita líquida em hardware da companhia, o equivalente a 44% do total. Em 2010, porém, esse porcentual era de 57%.

O peso dos celulares neste bolo ainda é pequeno, correspondendo a apenas 2,6% do total da receita no primeiro semestre de 2014. O difícil será se fazer notar em um mercado dominado por grandes marcas estrangeiras, que concentram 92% do mercado no país – em outras nações emergentes, como a Índia e a Rússia, os celulares nacionais têm um market-share de 50%.

"No Brasil, a percepção de marca dos smartphones é algo muito forte para o consumidor, há poucas enraizadas na cabeça dele. O mercado hoje está consolidado em cima de seis marcas [Apple, Samsung, Nokia, LG, Motorola e Sony]. Qualquer outra fabricante, seja ela local ou não, está encontrando dificuldade para vender no país", afirma o analista de mercado da IDC Brasil, Leonardo Munin.

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