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O juro básico em 8% ao ano, a poupança continua mais atraente que a maioria dos fundos de renda fixa -considerando o ganho líquido mensal, que desconta taxas cobradas e impostos-, segundo levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Nessa comparação, a caderneta se revela uma boa alternativa mesmo após a mudança de regras que reduziu a rentabilidade de aplicações feitas a partir de 4 de maio de 2012.

Pela norma, todos os novos depósitos efetuados na poupança renderão 70% da Selic mais TR (Taxa Referencial) sempre que o juro básico for menor ou igual a 8,5% ao ano.

De acordo com a Anefac, a nova poupança, com rentabilidade de 0,45% ao mês, ganha de todos os fundos de renda fixa com taxa de administração a partir de 2% ao ano, independentemente do prazo para resgate dos recursos. Já para os fundos que cobram 1,5% ao ano de taxa, a poupança nova só perde quando o resgate pode ser feito a partir de dois anos.

Os fundos com taxa de administração de 1% só compensam com resgate após seis meses. Apenas produtos que cobram 0,50% ao ano -custo concedido, normalmente, em aplicações acima de R$ 50 mil- sempre vencem da poupança independentemente dos prazos de resgate determinados.

Considerando a poupança antiga -que rende 0,5% ao mês mais TR, ou 6,17% ao ano mais TR-, que contempla aplicações anteriores a 4 de maio de 2012, a caderneta só perde para os fundos com taxa de administração de 0,50% ao ano e resgate acima de dois anos.

Além de comparar os custos antes de aplicar, o investidor deve considerar a possibilidade de mudar os recursos de um fundo para outro quando encontrar alternativas similares mais em conta.É importante, no entanto, colocar na ponta do lápis quanto terá de pagar de Imposto de Renda na troca.

Se os recursos estiverem em um fundo há mais de dois anos, por exemplo, o investidor já tem o benefício da alíquota mais baixa possível do IR, de 15% sobre a rentabilidade. No caso de surgir fundo similar com taxa de administração menor, o aplicador precisa avaliar se conseguirá manter o dinheiro investido na nova opção por outros dois anos, pois, se tiver de resgatar antes, pagará IR outra vez e com alíquota maior.

Se o horizonte for o longo prazo e a diferença de custos expressiva --por exemplo, de uma taxa de administração de 3% ao ano para outra de 1,5% ao ano--, a troca pode compensar.

Títulos públicos

Com a Selic ainda em um dígito, os títulos do governo podem ser uma boa alternativa em relação a outras aplicações de renda fixa. Principalmente para o pequeno investidor, que tem dificuldade de conseguir custos mais baixos em muitos investimentos tradicionais, como fundos.

Isso porque o peso de uma taxa de administração alta em uma aplicação cujo rendimento é atrelado à Selic ou ao CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro, que fica próximo à taxa de juros) é maior quanto menor for a taxa Selic.

É preciso, no entanto, ficar atento às taxas cobradas na aplicação no Tesouro, que também podem corroer parte dos rendimentos. A BM&FBovespa e o Tesouro extinguiram a taxa de negociação na compra de títulos -que era de 0,1%- para reduzir os custos do investimento, cujo ganho começava a empatar com a caderneta de poupança.

Agora, para aplicar no Tesouro, há uma taxa de custódia, cobrada pela BM&FBovespa, de 0,3%, e outra cobrada pela instituição financeira escolhida pelo investidor -muitas não cobram, mas ela costuma variar até 2%.

Para pesquisar as taxas das instituições, há uma lista no site do Tesouro. Vale lembrar que incide ainda na aplicação o Imposto de Renda e o IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) para resgates antes do período de 30 dias.

Há diversas opções de títulos oferecidas pelo Tesouro, com diferentes vencimentos. Alguns são prefixados, em que a rentabilidade é definida na compra, e outros, pós-fixados, em que o rendimento é atrelado a um indexador, como a taxa de juros, e pode variar de acordo com ele.Os prefixados são mais rentáveis quando a perspectiva é de redução de taxa de juros. Já os pós-fixados, quando a perspectiva é de aumento da Selic ou da inflação.

A liquidez -velocidade de o investimento se transformar em dinheiro- é garantida pelo governo, que recompra, toda semana, os títulos que os investidores querem vender. Nessa operação, o aplicador pode ganhar ou perder dinheiro, dependendo de quanto pagou pelo título e do seu valor de mercado -definido por oferta e demanda.

Escolha certa

Apesar de o Tesouro oferecer vantagens como o baixo custo, a praticidade e a garantia do governo, antes de escolher uma aplicação, o investidor deve definir três premissas: a quantia disponível para o investimento, o objetivo e o prazo para resgatar os recursos.

Assim, é mais fácil escolher a opção mais adequada. Para o educador financeiro Mauro Calil, o Tesouro Direto é um investimento ideal para situações em que não se pode correr riscos, como um investimento para uma festa de casamento, e para, no máximo, dois anos.Para ele, quando o objetivo permite um pouco mais de risco e um prazo maior, outras opções podem render mais, como fundos imobiliários, títulos de dívida privada, LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio).

Influência

A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia.

Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao crédito e consome mais. Esse aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender um consumo maior.Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento -que ficam mais caros-, a economia desacelera e evita-se que os preços subam -ou seja, que haja inflação.Com a redução da taxa básica de juros (Selic), o BC também diminui a atratividade das aplicações em títulos da dívida pública. Assim, começa a "sobrar" um pouco mais de dinheiro no mercado financeiro para viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o pago pelo governo. Se a taxa sobe, ocorre o inverso.É por isso que os empresários pedem cortes nas taxas, para viabilizar investimentos, ainda mais em tempos de crise, como agora. Nos mercados, reduções da taxa de juros viabilizam normalmente migração de recursos da renda fixa para a Bolsa de Valores.

Em um cenário normal, é também por esse motivo que as Bolsas sobem nos Estados Unidos ao menor sinal do Federal Reserve (BC dos EUA) de que os juros possam cair.Quando o juro sobe, acontece o inverso. O investimento em dívida suga absorve o dinheiro que serviria para financiar o setor produtivo.

Selic

Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado em 1979 pelo Banco Central e pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) para tornar mais transparente e segura a negociação de títulos públicos.A Selic é um sistema eletrônico que permite a atualização diária das posições das instituições financeiras, assegurando maior controle sobre as reservas bancárias.

Hoje, a Selic identifica também a taxa de juros que reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. A Selic é considerada a taxa básica porque é usada em operações entre bancos e, por isso, tem influência sobre os juros de toda a economia do país.

Copom

O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.

O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e pelos diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração.

O Copom se reúne em dois dias seguidos. No primeiro dia da reunião, participam também os chefes dos seguintes deparamentos: Departamento Econômico (Depec), Departamento de Operações das Reservas Internacionais (Depin), Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab), Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), além do gerente-executivo da Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin).

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