Desbancando cidades concorrentes no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, Ponta Grossa venceu a disputa pela instalação de uma fábrica da Crown, segunda maior fabricante de latas de alumínio do país. A unidade nos Campos Gerais será a quarta da empresa no Brasil.
O presidente da Crown para a América do Sul, Rinaldo Lopes, conta que recebeu proposta de incentivos mais atraentes em outros lugares, mas fatores como logística, infra-estrutura e oferta de mão de obra qualificada pesaram a favor da cidade paranaense. O maior parque industrial do interior do Paraná estava há 9 anos sem receber um investimento de grande porte. A prefeitura doou o terreno para a unidade e o governo estadual colaborou com incentivos fiscais do programa Bom Emprego.
"Teremos máquinas que custam o preço de uma Ferrari. Para operar, precisaremos de pilotos muito competentes", compara Lopes. A presença de várias escolas técnicas na área de mecânica e eletrônica na região também foi importante na decisão do local para o empreendimento, orçado em R$ 140 milhões. A intenção da empresa é que todos os 90 funcionários sejam moradores dos Campos Gerais. A construção deve estar pronta no segundo semestre do ano que vem, mas a inauguração acontecerá em 2011. Inicialmente a produção deve ser de 1 bilhão de latinhas por anos, com a perspectiva de dobrar a capacidade em pouco tempo. A unidade produzirá não só a lata convencional, de 350 mililitros, mas também o chamado "latão", de 473 mililitros, tanto para cerveja como para refrigerante.
Boa parte da produção de embalagens deve ser destinada ao mercado estadual. É que hoje a indústria de latas de alumínio mais próxima das fábricas produtoras de bebidas fica a mais de 400 quilômetros. Lopes explica que num mercado tão competitivo como o de latas, o valor do frete tem grande peso no preço final. A Crown, por exemplo, é uma das fornecedoras da Femsa, fabricante da cerveja Kaiser em Ponta Grossa. Hoje a cervejeira traz latas de São Paulo. Agora, terá a possibilidade de buscar latinhas a menos de três quilômetros.
Os mercados das regiões Sudeste e Sul são responsáveis pelo consumo de 73% das 15 bilhões de latinhas usadas no Brasil. A Crown Embalagens, joint venture entre a americana Crown Brasil e a brasileira Petropar, detém 18% do mercado do país.



