A redução da taxa básica de juros está refletindo positivamente nas vendas ao consumidor final, especialmente quando o assunto é automóveis.
As facilidades de se comprar um carro financiado em um longo prazo com taxa de juros abaixo de 1% tem atraído muitos compradores às concessionárias. Atualmente, é possível financiar um veículo em até 60 meses com taxa de juros de 0,98%.
Na prática, a diferença em relação às antigas formas de financiamento aparecem de forma significativa no bolso. Um carro no valor de R$ 23 mil à vista, por exemplo, na tabela antiga antiga - com juros de 1,65% ao mês - sairia por 60 prestações de R$ 634,00. No final de cinco anos, o valor total desembolsado pelo comprador seria de R$ 38.040,00.
Com os juros praticados hoje pelas concessionárias, o mesmo carro poderia ser financiado em 60 parcelas de R$ 532,00, com redução para R$ 31.920,00 no valor final do veículo. Uma diferença de mais de R$ 6 mil.
As concessionárias diminuíram a margem de lucro, mas pretendem tirar a diferença no aumento de escala. Só em uma loja, as vendas aumentaram quase 80% no último mês.
"A gente conseguiu, através da diminuição do spread dos bancos e um pouco da nossa taxa de juros, compor um juro que foi inédito no mercado", explica José Ramde Jardim, diretor financeiro da concessionária.
No caso do financiamento de automóveis, há uma explicação para a queda do spread - a diferença entre a taxa de captação de recursos e a de concessão dos empréstimos.
"O que a gente observa na economia é uma redução da taxa básica de juros, e isso as instituições financeiras de alguma maneira vêm repassando para as taxas dos financiamentos. Nesse financiamento de veículos também se observa que, comparativamente, a inadimplência é menor do que em outras linhas de crédito", afirma Maurício Fernandes gerente-executivo do Banco do Brasil.
O gerente de vendas Alonso Luiz da Costa foi um dos compradores atraídos pela nova oportunidade. "É questão de oportunidade e necessidade. Tá na hora de trocar o carro antigo, aproveitei e vi o preço aí 0,98%, e isso me chamou a atenção".



