
A alta dos impostos sobre a cerveja e outras bebidas frias, oficializada ontem, vai provocar um aumento médio de 0,4% no preço desses produtos ao consumidor, segundo estimativa do Ministério da Fazenda. Isotônicos, refrescos e energéticos apenas os embalados em lata ou vidro também serão reajustados.
O próximo reajuste está marcado para outubro, e dessa vez os refrigerantes vão entrar na lista. As alíquotas para água mineral continuarão zeradas. O que mudou hoje foi a base de cálculo dos tributos. O governo aumentou o porcentual do valor sobre o qual são calculados os impostos.
A cerveja teve a base de cálculo tributário ampliada de 38,3% do valor final do produto para 39,8%. É sobre essa fatia maior do valor da cerveja que vai incidir a cobrança dos impostos. Com a base de cálculo ampliada, será maior o recolhimento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Na estimativa do governo, o reajuste vai gerar receita adicional de R$ 200 milhões.
Segundo Dyogo Oliveira, secretário-executivo-adjunto do Ministério da Fazenda, esse valor já estava na estimativa de arrecadação de receitas, pois o aumento estava programado desde 2013. O reajuste deveria ter acontecido em outubro, mas, a pedido do setor, que citou dificuldades e risco de demissões, o governo adiou a elevação da cobrança. Com sua atual dificuldade de caixa, agravada pelos gastos extras com o setor elétrico, o governo avaliou que era o momento para reajustar.
O diretor-executivo da CervBrasil (Associação Brasileira da Indústria da Cerveja), Paulo Petroni, diz que é cedo para saber qual será o tamanho do repasse, se houver. "Depende da estratégia de cada cervejaria e de cada produto", afirma.
A entidade diz que está "difícil" absorver a alta, dadas as fortes pressões de custo nos últimos dois anos e também a queda no consumo. Em 2013, o brasileiro consumiu em média uma lata a menos por mês de cerveja (queda de 2,6% na produção) ante 2012.



