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Combustíveis

Preço do álcool na bomba cai menos do que na usina

No 3.º mês da safra de cana, consumidor ainda não vê vantagem

Apesar da queda de 15% no preço do álcool hidratado vendido pelas usinas do Paraná nas últimas quatro semanas, o valor nas bombas caiu apenas 3%. Os dados são do Departamento de Economia Rural da Universidade Federal do Paraná e da Agência Nacional do Petróleo (ANP), respectivamente.

O preço na usina caiu de R$ 0,941 na metade de abril para R$ 0,795 na última sexta-feira. A queda se explica pela colheita da safra de cana-de-açúcar no estado, que começou em março e já foi realizada em 7,5% da área plantada. A safra deste ano deve ser 30% maior que a do ano passado.

Acrescentando os impostos, as distribuidoras, que compram o álcool da usina e vendem ao posto, estão pagando R$ 1,25 pelo litro. Nas bombas de Curitiba, de acordo com a ANP, o preço sobe para uma média de R$ 1,61. O maior valor do estado é encontrado em Castro, que tem álcool a R$ 1,84.

Se considerado o preço observado na tarde de ontem em 13 postos dos bairros Centro, Rebouças e Água Verde, de Curitiba, o álcool custa em média R$ 1,52 o litro, o que significa uma queda de 7% no período de um mês.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindicombustíveis), Roberto Fregonese, esta semana o preço pode cair "assustadoramente", mas não motivado pela safra. Segundo ele, é possível encontrar em postos da capital o litro a R$ 1,25. "Significa que a distribuidora está bancando o preço, o que caracteriza dumping", diz. Para competir, algumas companhias estariam cobrando menos do que o preço de custo, de forma a permitir que o posto revendedor derrube o valor nas bombas. Para ele o preço ideal seria de R$ 1,40.

No início desta semana, a maior parte dos estabelecimentos remarcou preços, mas quem caiu mais foi o preço da gasolina, que tem 23% de álcool em sua composição. O valor médio registrado na semana passada pela ANP na capital foi de R$ 2,26 o litro, uma queda de 4% no período de um mês. No levantamento de ontem, ele cai para R$ 2,20. Nesse caso, a queda em um mês seria de 8%.

Com isso, o álcool está custando 69% do valor da gasolina, o que significa que ele é vantajoso, mas por pouco. A partir de 70%, a gasolina é a melhor opção, considerando-se o rendimento que proporciona e o preço.

De acordo com o Sindicombustíveis, há postos praticando preços de até R$ 2,09, abaixo do preço de custo declarado pelas distribuidoras, que é de R$ 2,10.

Dono de posto na Avenida dos Estados, no bairro Água Verde, Cézar Mazuco acredita na hipótese de dumping. Ele vendia ontem o litro da gasolina a R$ 2,19, com margem de lucro de 4,7%. "Não agüento mais, vou ter que aumentar para R$ 2,29 na quinta ou na sexta. Não sei o que o pessoal por aí faz para ganhar dinheiro", diz.

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