Os preços do álcool devem continuar sustentados nos próximos dias, após alta expressiva na semana passada, devido à oferta escassa no fim da entressafra do centro-sul, disseram corretores.
Nesta segunda-feira, tanto o álcool anidro (misturado na gasolina) quanto o hidratado (usado pelos veículos flexíveis) eram ofertados a 1,15 real por litro (com impostos). Negócios com pouco volume foram realizados neste nível, já que o interesse por parte das distribuidoras era restrito.
Na segunda-feira da semana passada, o hidratado saía por 1,05-1,10 real o litro, e o anidro a 1 real, em média.
"O mercado fala por si, é fim de entressafra e a demanda está vindo aquecida", disse Ivan Bueno, da Mikz Corretora.
O preço médio do anidro subiu 11,7 por cento na semana passada ante a anterior, para 970 reais por metro cúbico (mil litros, sem impostos), segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP. Enquanto isso, o hidratado teve alta de 7,3 por cento, para 899 reais o metro cúbico, no mesmo período.
Bueno acredita que o mercado pode ter "repiques para cima" até que a oferta de álcool da nova safra seja mais consistente, o que deve ocorrer apenas na segunda quinzena de abril, se não houver atrasos na colheita causados, por exemplo, por chuvas.
A colheita de cana no centro-sul começa oficialmente em 1o de abril, mas algumas usinas já estão operando.
Outro corretor de São Paulo concorda com a tendência de alta: "Nesta semana e na primeira de abril o preço vai conseguir se manter, porque poucas unidades começaram a safra."
Ele afirmou que as distribuidoras continuarão precisando comprar anidro no curto prazo, mas que as aquisições de hidratado acontecerão apenas "da mão para a boca", porque preferem esperar para ver como vai reagir a demanda nos postos depois da recente alta.
Este corretor observou que em algumas localidades como em Mato Grosso, chuvas vêm atrasando o início da colheita. Além disso, algumas usinas enviaram máquinas para manutenção na entressafra e ainda não receberam os equipamentos de volta.
"Por enquanto, o mercado está sustentado. Depois vai ser uma grande incógnita", disse o corretor, acrescentando que a safra deve ser grande e que os preços praticados no mercado norte-americano ainda não animam o fechamento de negócios para exportação.
Segundo corretores, atualmente há interesse de compra de anidro para exportação por cerca de 400 dólares o metro cúbico FOB Santos para embarque a partir de junho. Mas por enquanto as ofertas de venda estão acima dos 440 dólares FOB, o que inviabiliza os negócios.
"O mercado interno está pagando muito melhor (o equivalente a 506 dólares por metro cúbico FOB). Em abril, os preços devem ceder, mas será que já tudo isso?", questionou o segundo corretor. "Pelo menos até a primeira quinzena de maio acho difícil sair algum negócio na exportação."
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