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O protesto dos servidores do instituto já dura dois meses: pesquisas prejudicadas | Marcos de Paula/ Estadão Conteudo
O protesto dos servidores do instituto já dura dois meses: pesquisas prejudicadas| Foto: Marcos de Paula/ Estadão Conteudo

9% é o porcentual atual de adesão dos servidores do IBGE à greve, conforme o último balanço divulgado pelo instituto – o pico chegou a ser de 24%. No total, 21 unidades estaduais apoiavam a paralisação. Os funcionários reivindicam valorização salarial ao patamar de outros órgãos de gestão, como Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários. Ontem, o sindicato dos servidores sinalizou que pode encerrar a greve, desde que o órgão readmita os funcionários temporários dispensados e aceite formar um grupo para discutir as reivindicações.

A greve parcial no IBGE interrompeu, pelo segundo mês consecutivo, a divulgação do resultado completo da pesquisa mensal de emprego. A paralisação comprometeu o cálculo da taxa média de desemprego de junho, feito com resultados das seis maiores regiões metropolitanas do país, após atraso na coleta dos dados de Salvador e Porto Alegre. Não houve, segundo o IBGE, tempo hábil para a análise dos dados.

Sem a média, a principal referência é São Paulo, onde a taxa ficou estável em 5,1% no mês passado, a menor para um mês de junho desde que a pesquisa começou a ser feita pelo instituto, em 2002.

O bom resultado ainda é fruto de um aumento do contingente de pessoas que não buscam emprego porque não têm interesse em trabalhar, uma vez que permanece baixa a geração de vagas. "Há redução da procura por emprego. Assim, há menos pessoas fazendo pressão sobre o mercado de trabalho", afirmou a a técnica Adriana Beringuy, da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. Segundo Adriana, uma das hipóteses para explicar o aumento dos inativos passa pelo aumento da renda, que permite às pessoas mais jovens buscarem formação, retardando sua entrada no mercado de trabalho.

O banco de investimentos Credit Suisse calcula que a taxa de desemprego ficou em 4,6% para as quatro regiões divulgadas, enquanto a LCA Consultores estima 4,5%. A consultoria Tendências, que incluiu na conta estimativas para as duas regiões afetadas pela greve, chegou a uma taxa de desocupação média de 4,8% em junho.

Sem prazo

Segundo o IBGE, não há previsão de quando os resultados completos da PME serão anunciados. O atraso nas regiões de Salvador e Porto Alegre se dá nas fases de supervisão e controle das informações coletadas, importantes para garantir um retrato fidedigno do mercado de trabalho.

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