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Marcio Pochmann
Marcio Pochmann afirma que nem mesmo o próprio IBGE tem acesso a tantos dados como as “big techs”.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O economista Marcio Pochmann, que preside o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atacou as grandes plataformas de tecnologia por coletar dados dos usuários que, diz, nem mesmo o governo do país tem conhecimento. De acordo com ele, as chamadas “big techs” – estrangeiras, na grande maioria – detém informações pessoais, preferências, bancárias e uso de aplicativos pelas pessoas que o próprio instituto não tem acesso.

Pochmann considera que o Brasil “infelizmente não é soberano de dados”, e que “essas empresas tem a posse dessas informações e sabem mais do Brasil do que o próprio IBGE, do que o presidente da República, governador, prefeito, Poder Legislativo e Judiciário”, disse em entrevista à TV 247 veiculada nesta segunda (18).

Ele afirmou que o instituto vem trabalhando na criação de um sistema que vai integrar os bancos de dados dos ministérios e outros órgãos e empresas da administração federal para “construir um sistema nacional soberano”.

Este novo sistema, diz, vai reunir dados como informações de emprego do Ministério do Trabalho, da situação educacional dos estudantes através da pasta da Educação, os beneficiários de programas sociais pelo Desenvolvimento Social, entre outros.

“Isso vai facilitar para que gestores públicos – presidente, governadores e prefeitos – possam tomar decisões com base em dados que representem de fato a realidade”, afirmou ressaltando que os poderes Legislativo e Judiciário também devem ter acesso a este futuro sistema integrado de dados.

Marcio Pochmann afirmou que a expectativa é de que o próprio IBGE faça o controle e gerência destes dados, enquanto que órgãos como o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e o Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência) são apenas processadores das informações.

Pochmann foi indicado ao cargo em meio à uma controvérsia de que pode ter sido forçado pelo governo à ministra Simone Tebet, do Planejamento, pega de surpresa embora soubesse que Lula “gostaria de fazer uma escolha pessoal”.

Em meados de novembro, ele afirmou em uma palestra que pretendia alterar o formato de divulgação dos dados, suspendendo a realização de entrevistas coletivas com técnicos do instituto. Ele chamou de “comunicação do passado” e citou que usaria as plataformas e redes sociais como prioridade.

Ele ainda destacou que teve um “diálogo” com o presidente do Instituto Nacional de Estatística da China durante uma viagem em setembro, mas sem mencionar se houve algum intercâmbio de informações sobre isso.

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