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O estoque total de veículos nos pátios das concessionárias e das montadoras caiu de 322,2 mil unidades em novembro deste ano para 271 mil em dezembro | Vanderlei Almeida/AFP
O estoque total de veículos nos pátios das concessionárias e das montadoras caiu de 322,2 mil unidades em novembro deste ano para 271 mil em dezembro| Foto: Vanderlei Almeida/AFP

A produção de veículos no Brasil caiu 22,8% em 2015, segundo números divulgados nesta quinta-feira (7) pela Anfavea, a associação que representa as montadoras. No total, foram fabricados 2,43 milhões de unidades. É a menor produção registrada no país desde 2006. Em janeiro de 2015, a projeção da Anfavea era de que a atividade cresceria 4,1% no ano.

No mês de dezembro passado, a produção recuou 18,4% na comparação com novembro. No período, foram fabricados 142,9 mil unidades, segundo a Anfavea. Na comparação anual (dezembro de 2015 frente a dezembro de 2014) a produção caiu 30%.

Com a atividade fraca, a indústria encerrou o ano com 129,77 mil postos de trabalho ocupados, um encolhimento de 10,2% sobre o número de empregados do final de 2014.

Vendas

Ainda de acordo com os dados da Anfavea, as vendas de veículos novos em dezembro chegaram a 227,8 mil unidades, elevação de 16,7% sobre novembro e recuo de 38,4% na comparação anual. No acumulado do ano, os licenciamentos somaram 2,57 milhões de veículos, número 26,6% inferior ao de 2014.

As exportações do setor automotivo no ano, que incluem máquinas agrícolas, diminuíram 8,7% em valores, totalizando US$ 10,5 bilhões.

Queda em 2016

As vendas de veículos novos devem ter queda de 7,5% em 2016 ante 2015, prevê a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), após divulgação de números de 2015. Seria a quarta retração seguida do mercado automotivo.

A projeção é mais pessimista que a da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que estima um recuo de 5,8%.

Para os automóveis e comerciais leves, a Anfavea espera declínio de 7,3% no número de unidades comercializadas. Em relação aos veículos pesados, que consideram caminhões e ônibus, a retração prevista é de 13,9%.

Já a produção de veículos deve ter uma leve alta em 2016, de 0,5% sobre 2015. Para os automóveis e comerciais leves, a estimativa é de recuo de 0,1%. Para os pesados, há uma previsão de crescimento de 12,8%. As exportações de unidades de todos os segmentos devem crescer 8,2% em 2016 sobre 2015, com crescimento de 7,6% em valores.

No caso das máquinas agrícolas, as vendas internas devem ter alta de 2,0%. As exportações em unidades devem crescer 7,0% e a produção deve apresentar expansão de 2,5%.

Estoques

O estoque total de veículos nos pátios das concessionárias e das montadoras caiu de 322,2 mil unidades em novembro deste ano para 271 mil em dezembro, informou a Anfavea. Com a queda, o estoque total de veículos em dezembro era suficiente para 36 dias de vendas, considerando o ritmo daquele mês, ante 42 dias em novembro.

O setor considera ideal um estoque equivalente a 30 dias de vendas.

Plano de renovação

presidente da Anfavea, Luiz Moan, afirmou que considera “muito improvável” que o governo aprove em janeiro o plano de renovação de frota que foi proposto por diversas entidades do setor automotivo, entre elas a própria Anfavea.

“A proposta foi entregue em dezembro e eu acho absolutamente improvável que uma proposta entregue em dezembro seja aprovada em janeiro”, disse o executivo. Segundo Moan, a medida está sendo analisada pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

A declaração de Moan vai na contramão do que disse na quarta o presidente da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção. Assumpção afirmou que a medida deverá ser anunciada em janeiro pelo governo, com o nome Programa de Sustentabilidade Veicular.

Troca

O teor do programa não foi detalhado, mas o presidente da Fenabrave adiantou na quarta que há um proposta em estágio avançado: o consumidor que possui um automóvel com mais de 15 anos de uso ou um caminhão com mais de 30 anos de uso poderá trocá-lo por um novo em concessionárias autorizadas ou revendedoras independentes. O veículo usado seria avaliado e o valor definido viraria crédito na compra do novo.

O que não se sabe ainda é de onde sairiam os recursos para financiar a compra do veículo usado, por parte das concessionárias, e para facilitar o pagamento do valor que faltaria para adquirir o novo, por parte do consumidor. “Nós sabemos que o governo precisa fazer o ajuste fiscal, nós temos consciência que nada que prejudique o ajuste fiscal pode ser proposto”, afirmou Moan. “Mas nós também sabemos que os veículos têm uma carga tributária bastante alta”, ponderou o executivo.

“O financiamento deste programa ainda não foi definido. Eu tenho umas 15 ideias para isso, uma delas é diminuir o imposto, mas nós sabemos que o governo não vai aceitar”, disse Moan.

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