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Queda na produção de bens de capital indica retração de investimentos

Os dados da indústria em setembro acionaram um sinal de alerta: a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) caiu pelo segundo mês consecutivo, indicando retração dos investimentos na economia

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A produção industrial brasileira caiu 1% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, informou nesta quinta-feira (1º) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que estimavam desde uma queda de 1,60% a uma alta de 0,10%, mas foi pior que a mediana projetada, de um recuo de 0,50%.

Na comparação com setembro de 2011, a produção da indústria nacional recuou 3,8% em setembro deste ano. Nesta comparação, as estimativas iam desde recuo de 4,30% a uma alta de 0,21%, com mediana negativa de 3,30%. Até setembro, a produção da indústria acumula quedas de 3,5% no ano e de 3,1% nos últimos 12 meses.

Bens de capital

A produção de bens de capital apresentou queda de 0,6% em setembro ante agosto. Na comparação com setembro de 2011, houve queda de 14,1%. No acumulado do ano, a produção de bens de capital recuou 12,4%. Nos últimos 12 meses, a variação foi negativa, de 9,6%.

Compra antecipada de veículos afetou produção

Uma série de fatores contribuiu para a queda de 1,0% na produção da indústria na passagem. "Não podemos fugir das evidências de que setembro foi marcado por um ritmo menor da produção industrial", disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

A antecipação de compras de automóveis em agosto, diante da previsão do fim da redução do IPI previsto inicialmente para aquele mês e que acabou sendo prorrogado até o final deste ano, foi um dos fatores que influenciaram o resultado final.

Houve, no entanto, queda generalizada na produção em setembro, atingindo 16 das 27 atividades pesquisadas, com destaque para as perdas no segmento de máquinas e equipamentos (-4,8%), outros produtos químicos (-3,2%), alimentos (-1,9%), perfumaria (-10 0%), fumo (-11,7%), indústrias extrativas (-1,6%), bebidas (-2 2%) e veículos automotores (-0,7%).

Apesar de reconhecer a queda no dinamismo da produção, Macedo destacou que o efeito calendário teve um peso importante no indicador, uma vez que agosto teve 23 dias úteis e setembro, apenas 19. Embora o cálculo tenha um ajuste para amortecer as desigualdades entre os meses, a diferença de dias entre agosto e setembro, de acordo com a série histórica, era, em média, de 1,5 dia."Agora foram quatro dias úteis e essa diferença em relação ao padrão histórico pode dar alguma influência", explicou Macedo.

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