A produção industrial do Paraná em junho foi 4,3% menor do que a registrada no mês anterior. Essa retração interrompe a recuperação do setor que foi verificada entre março e maio deste ano, quando houve um crescimento acumulado de 8,6%. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com essa reversão, a melhora nos indicadores de longo prazo passou a ser menos visível. Nos 12 meses anteriores a junho, a produção industrial do estado caiu 4,2%. No primeiro semestre deste ano, o índice acumulado é apenas levemente melhor: retração de 3,8%.
A tendência de retomada no setor industrial foi interrompida em um mês em que a produção nacional caiu 1,7%, na comparação com maio. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, afirmou que a queda foi influenciada pela Copa do Mundo, que provocou paradas nas empresas.
A análise dos dados do Paraná mostra um cenário mais complexo do que o exposto pelo ministro. No primeiro semestre, metade dos 14 segmentos pesquisados no estado tiveram retração. A maior parte vem perdendo exportações devido à valorização do real. Outros estão estagnados devido à crise no agronegócio, abalado pelos dois anos consecutivos de seca.
A maior retração em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, foi registrada no segmento de veículos automotores, queda de 20,3%. Esse setor vem perdendo exportações devido ao câmbio e, no caso dos fabricantes de máquinas agrícolas e caminhões, também estão perdendo vendas internas. A segunda maior redução, de 15,7%, foi no setor de madeira, que perdeu rentabilidade em suas exportações.
Entre os setores que cresceram em junho, os destaques estão nas áreas que atendem o mercado interno, como edição e impressão (alta de 21%), estimulado pela maior produção de livros e materiais didáticos, e alimentos (9,7%), influenciado pelo aumento na fabricação de açúcar.
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