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Produção industrial pífia acende alerta sobre o PIB

Desempenho das indústrias em novembro ficou abaixo das expectativas. Analistas falam em crescimento zero da economia em 2014

Atividade industrial fraca no penúltimo mês do ano, resultado de estoques elevados, consolida expectativa por um 2014 ruim | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Atividade industrial fraca no penúltimo mês do ano, resultado de estoques elevados, consolida expectativa por um 2014 ruim (Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo)

A indústria brasileira confirmou em novembro que a crise no setor está longe de ser resolvida. A produção recuou 0,7% em relação a outubro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O tombo foi maior do que as mais pessimistas previsões de analistas do mercado financeiro.

INFOGRÁFICO: Veja a situação da produção industrial brasileira

A produção industrial brasileira está operando 6,8% abaixo do seu patamar recorde, alcançado em junho de 2013. Os estoques elevados estão entre as explicações para o resultado. "É um componente que permanece em todo o ano de 2014, especialmente para setores ligados a bens de capital e bens de consumo duráveis, que não por acaso são categorias que registram as maiores perdas. São grupamentos onde a variável ‘estoques’ é importante para esse menor ritmo de produção", explicou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

O resultado piorou as expectativas para a atividade econômica no fechamento de 2014. "É muito provável que tenhamos um PIB [Produto Interno Bruto] no final do ano em queda entre -0,5% e -0,7% (no quarto trimestre). Isso fará que o PIB de 2014 feche em 0% ou mesmo levemente negativo", alertou André Perfeito, economista-chefe da corretora Gradual Investimentos, levando em conta uma estabilidade na indústria em dezembro somada ao resultado comercial negativo de US$ 3 bilhões no quarto trimestre de 2014.

A seca em São Paulo contribuiu para as perdas em novembro, informou o IBGE. Os prejuízos à safra de cana derrubaram a produção de açúcar e álcool, itens que puxaram as quedas nas duas atividades que mais contribuíram para o recuo da indústria no mês: alimentos e derivados do petróleo e biocombustíveis.

No ano, a retração na indústria nacional já é de 3,2%. O setor de veículos acumula uma queda de 17,3% no período, embora tenha mostrado resultados melhores nos últimos meses. "O saldo dos últimos cinco meses para veículos automotores é de uma alta de 24,3% na produção. Essa informação por si só poderia sinalizar que o setor está se recuperando. Mas, de março a junho, o recuo foi de 28%. É alta sobre um patamar bastante reduzido", disse Macedo.

Além dos estoques elevados, outras causas que explicam as perdas no setor automotivo são o desaquecimento da demanda doméstica, a queda nas importações para a Argentina, o impacto da redução dos investimentos sobre a fabricação de caminhões, e o reflexo disso tudo no setor de autopeças.

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