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Os produtores franceses de etanol pretendem pedir à União Europeia que use barreiras comerciais temporárias para impedir importações do Brasil, que está se beneficiando de uma queda do real, afirmou a produtora francesa Tereos na quarta-feira.

A empresa, que responde por cerca de 30 por cento da produção de álcool europeia, pedirá ao grupo francês de produtores SNPAA que prepare o pedido nas próximas semanas, disse à Reuters o diretor-executivo da Tereos, Philippe Duval, em uma entrevista.

"A Europa tem tido uma atitude favorável em relação ao etanol, mas com a desvalorização do real tudo isso pode ser varrido se não houver barreiras alfandegárias", disse ele.

Na terça-feira a União Europeia decidiu adotar taxas temporárias sobre as importações do biodiesel dos EUA após meses de reclamações de empresas europeias, que afirmavam estarem sendo prejudicas pelos subsídios norte-americanos.

Duval afirmou que a taxa de câmbio desfavorável coloca o setor europeu em risco.

"Mesmo se o Brasil exportasse apenas 5 por cento de sua produção para a Europa, os danos seriam consideráveis", disse Duval. "Empresas europeias ainda são jovens, com dívidas relativamente altas, então acho que as autoridades deveriam constatar essa vulnerabilidade".

"Um dos objetivos a favor dos biocombustíveis é a independência energética. Trocar os Emirados pelo Brasil talvez não seja o que procuramos", completou.

Ele pediu à Comissão Européia que use uma cláusula de salvaguarda que permite adotar medidas temporárias de proteção quando os interesses vitais de um setor são ameaçados pelas importações.

Ele afirmou que sua empresa não corre risco diretamente já que paga pelo trigo que usa para fazer etanol preços que variam com o valor do combustível, além de ter contratos de vendas de longo prazo com várias empresas.

A Tereos é um importante produtor de etanol no Brasil através de sua subsidiária Açúcar Guarani.

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