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Promotores portugueses estão investigando o império empresarial da família Espírito Santo, enquanto investidores se preparam para mover uma ação judicial em função do não pagamento de dívida por parte de uma empresa de propriedade da família. Divulgações recentes de irregularidades financeiras em uma teia de empresas controladas pelo clã têm levantado dúvidas sobre perdas potencialmente desestabilizadoras no Banco Espírito Santo (BES), o maior banco listado de Portugal e do qual a família é a maior acionista.

"O gabinete da promotoria pública está acompanhando a situação, recolhendo desde o início todos os elementos que se tornaram públicos e analisando sua relevância penal", disse a promotoria em um comunicado enviado por email ontem à reportagem. "Há investigações em curso relacionadas com este assunto que até mesmo antecedem as divulgações das últimas semanas", completa a nota.

Nesta semana, uma holding da família chamada Rioforte falhou em pagar mais de US$ 1 bilhão em dívida à Portugal Telecom (PT), forçando o grupo de telecomunicações a aceitar uma corte em sua parte na empresa resultante da fusão com a brasileira Oi. Os executivos da PT, na qual a família Espírito Santo tem uma participação significativa, sabiam que o clã tinha problemas antes de lhe emprestarem o montante em abril, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

Questionada especificamente sobre qualquer investigação do investimento da Portugal Telecom na Rioforte, a promotoria não quis comentar, dizendo apenas que estava acompanhando a situação do grupo Espírito Santo como um todo.

Ações na Justiça

Fontes disseram que a Portugal Telecom estava considerando processar o BES devido ao não pagamento, já que a dívida foi comprada com recursos depositados em contas bancárias do banco, sendo considerada livre de risco pela empresa de telecomunicações. A Portugal Telecom, por sua vez, também enfrentará uma ação judicial movida por vários investidores minoritários, em função de sua suposta falha em avaliar corretamente os riscos da dívida.

A companhia não quis comentar porque havia investido tanto de sua liquidez em nota promissória de uma empresa. Sua parceira brasileira Oi criticou duramente o grupo com sede em Lisboa por não divulgar o empréstimo anteriormente.

O governo e o banco central têm dito que o BES tem capital suficiente para enfrentar os riscos decorrentes de dívidas da família, mas ainda há muitas incógnitas sobre a exposição total do banco.

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