Se há divergências em suas estimativas para o índice Ibovespa ao fim do ano, as corretoras consultadas estão ainda mais longe de um consenso sobre os setores e empresas que podem sustentar uma eventual alta do índice até dezembro. Parte delas acredita que setores ligados ao consumo no mercado interno terão papel fundamental na recuperação do mercado. Outra parcela acredita que o setor de commodities para exportação é que será responsável por sustentar o índice.
"Os setores de petróleo, mineração e financeiro já apresentaram resultados razoáveis, mesmo com todo o início da crise por aqui. Vieram com lucro e estão com um bom pagamento de dividendos. São setores em que os ativos estão com preço bom para compra", recomenda Pedro Oliveira Franco, da corretora Oliveira Franco.
Avaliação semelhante faz José Góes, da Wintrade (Alpes Corretora). "Ações de setores ligados a commodities são interessantes, como Vale e Petrobras. É a vocação que o Brasil tem, porque tem vantagens comparativas nesses setores e consegue preços melhores. Já o setor bancário está sofrendo por uma crise que nem é nossa."
Mercado interno
Para Ricardo Tadeu Martins, da Planner, a realidade é outra. "Toda empresa que exporta tem um agravante. Quando você depende de vendas externas você está ainda mais envolvido com o cenário turbulento que ainda persiste", diz. "A gente está voltado mais para setores defensivos, de mercado interno e que realmente não sofrem grande volatilidade diante de um mercado externo ainda complicado." Entre as recomendações estão ações dos setores de energia e telecomunicações, considerados "blindados" contra crises.
Clodoir Vieira, da Souza Barros, também sugere que o investidor preste atenção no mercado interno. "Eu pensaria mais nas empresas de economia doméstica: telecomunicações, energia e varejo. Apesar de a marolinha estar aumentando, com qualquer melhoradinha do PIB esses setores serão mais beneficiados. Para o ano que vem, melhorando os níveis internacionais, eu partiria para empresas exportadoras."
