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A disputa presidencial voltou a determinar o rumo do mercado financeiro nesta sexta-feira (6). Diante da queda nas intenções de voto na presidente Dilma Rousseff (PT), segundo pesquisa Datafolha, as ações de estatais dispararam e catapultaram a Bolsa brasileira. Com isso, o Ibovespa, principal índice do mercado nacional, fechou com forte valorização de 3,04%, aos 53.128 pontos. É a maior alta diária desde 27 de março e a pontuação mais alta desde 19 de maio. Na semana, o índice deu um salto de 3,69%, o maior desde o período entre 24 e 28 de março, e interrompeu uma sequência de duas quedas semanais.

"É a mesma reação que temos visto sempre: se a Dilma cai, o mercado gosta", diz Paulo Gala, estrategista da Fator Corretora. Isso porque, segundo o analista, os investidores estão insatisfeitos com o uso das estatais como instrumento político e, nesse cenário, uma mudança de governo anima.

Em relação a maio, data do levantamento anterior, Dilma variou de 37% para 34%. Desde fevereiro, já caiu dez pontos percentuais. Os candidatos da oposição, porém, variaram negativamente no levantamento. O senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB à Presidência, oscilou um ponto para baixo. Agora está com 19%. Já o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) recuou quatro pontos, para 7%.

Desde que começaram a ser divulgadas pesquisas apontando perda de espaço da presidente Dilma Rousseff na corrida pelo Planalto, em março, o mercado de ações nacional, que caía e acentuava a queda iniciada no ano anterior (de 15,5%), mudou de tendência. Agora, o Ibovespa já sobe 3,15% em 2014.

As ações preferenciais (sem direito a voto) e ordinárias (com direito a voto) da Petrobras estão entre as três que mais subiram no dia. "É preciso lembrar que ainda é tudo expectativa. O fato de a Dilma ter caído na pesquisa não significa que ela vai perder a eleição. Ainda há um tempo precioso de campanha eleitoral e a Dilma mantém vantagem", afirma Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho.

O economista destacou como ponto positivo o fato de a diferença em um possível segundo turno entre Dilma e Aécio ter caído para 8% e de ter aumentado o número de pessoas indecisas no levantamento do Datafolha. Outras estatais também dispararam no dia. Os papéis do Banco do Brasil tiveram ganho de 5,31%, a R$ 24,40. Já a Eletrobras viu suas ações preferenciais e ordinárias avançarem.

Além da pesquisa, também colaborou para a alta da Bolsa a freada da inflação em maio, devido a uma menor pressão dos preços dos alimentos. O IPCA, índice oficial do país, ficou em 0,46%, abaixo do 0,67% de abril, segundo dados divulgados pelo IBGE.

No exterior, o relatório de emprego dos Estados Unidos mostrou que foram criadas, em maio, 217 mil novas vagas de trabalho fora do setor agrícola. O desempenho foi acima do esperado por economistas, que previam a criação de 215 mil vagas. O desemprego permaneceu em 6,3%.

Câmbio

O ânimo gerado em torno da disputa presidencial garantiu um novo dia de alívio no mercado de câmbio. Assim, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou a sexta-feira com desvalorização de 0,84% sobre o real, cotado em R$ 2,249 na venda. Já o dólar comercial encerrou o dia em baixa de 0,48%, para R$ 2,250. Mesmo assim, na semana, tanto o dólar à vista quanto o comercial registraram alta de 0,40% cada um.

O Banco Central deu continuidade ao programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4 mil contratos de swap (operação que equivale a uma venda futura de dólares) por um total de US$ 198,8 milhões. A autoridade também realizou um novo leilão para rolar 10 mil contratos de swap que venceriam em 1º de julho, por mais US$ 495,5 milhões.

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