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O término da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) foi sucedido por um bombardeio de críticas. Empresários, sindicalistas e economistas consideraram insuficiente o corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic) promovido pela autoridade monetária. Com a redução, a Selic baixou de 17,25% para 16,50% ao ano.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a decisão do Copom reafirma a total independência do Comitê, que se mostraria alheio ao malefícios da alta taxa de juros para o país. Segundo Skaf, o Copom "está alheio à opinião dominante do governo; não se importa com o ritmo comportado da inflação; não se preocupa com a ridícula taxa de crescimento que o Brasil apresenta; e despreza as considerações críticas do setor produtivo".

- Há espaço para um corte maior ainda. Eu reduziria em 1,5 ponto percentual - disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto.

Para a entidade, a queda determinada pelo BC não reflete as mudanças na economia nos últimos meses, com melhora expressiva das expectativas de inflação e atividade em moderada recuperação. "Resta, como explicação para tamanho conservadorismo, um possível descumprimento da meta do superávit primário em 2006", afirmou a CNI.

Já o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, disse que "permanece na equipe econômica uma idéia falsa e obsessiva de que a inflação é o único mal da existência humana". Para Felício, a queda de 0,75 ponto percentual na Selic é pequena demais e insuficiente. Segundo ele, nesse momento é melhor adotar metas de inflação mais flexíveis para permitir um crescimento mais acelerado do país.

- Essa espécie de patologia nos aprisiona a metas irrealistas de inflação e amarra o processo de desenvolvimento à pesada âncora que é a taxa básica de juros - disse ele, por meio de uma nota.

Para o economista Alcides Domingues Leite, da Universidade Trevisan, os juros continuarão a cair neste ritmo até as eleições.

- Era previsível. O Copom deve seguir nessa 'toada' até as eleições já que as perspectivas para a inflação, medida pelo IPCA, são de 4,5%, exatamente o centro da meta prevista pelo Banco Central - diz Leite.

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