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O consumidor que pretende trocar o carro até o final de dezembro conseguirá preços mais baratos. Como as concessionárias e montadoras investem em promoções de final de ano para queimar estoques antes da chegada das primeiras unidades fabricadas em 2010, o cliente tem mais vantagem na hora de negociar. "É o melhor momento para comprar carro. Como as lojas querem desovar os estoques, o cliente tem margem maior para negociação", afirma o professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite. Aliados à renovação dos modelos estão a chegada do 13º salário e o último mês de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Valores menores e o poder de barganha compensam a desvalorização do modelo a partir do ano seguinte, quando começam a ser registrados os veículos ano/modelo 2010 e, até mesmo, ano/modelo 2010/2011. Segundo o economista, para obter um bom preço é preciso conhecer bem a concorrência. "Primeiro defina que tipo de carro quer. Feito isso, procure modelos similares em, pelo menos, três concorrentes. A partir daí você compara preços e diz ao vendedor por quanto o concorrente oferece, até chegar a um negócio mais vantajoso. Não satisfeito, procure outra loja", explica Leite sobre o "pingue-pongue" na hora da negociação.

O momento favorece ainda a compra de carro importado, por causa da desvalorização do dolar diante do real. Na opinião de Alcides Leites, bom preços podem ser conseguidos nos modelos importados pelas montadoras que possuem fábricas no país. "O importado ganha do nacional por ter mais itens de série. O ideal é estar atento se a montadora já tem fábrica no país ou possui grande rede de concessionárias, para garantir bom atendimento após a compra", alerta.

Já a forte disputa entre as marcas ajuda a achatar os custos de financiamento, o que fará toda a diferença se a compra não for à vista. Até o fim do ano, as taxas especiais oferecidas pelos bancos das montadoras ficarão abaixo de 1% ao mês. Há modelos, inclusive, que são financiados parcialmente sem a cobrança de juros. A estratégia é adotada por diversas montadoras, como Citroën, Peugeot, Honda e Ford. "Para algumas unidades o cliente dá entrada de 50% e divide o resto em 24 vezes sem juros", diz o gerente de vendas da concessionária Frei Caneca Aeroporto, Marcelo Santos.

Outro ponto importante — e argumento de muito vendedor — é o fim do desconto do IPI. A alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide em veículos com motores 1.0 passará de 3% para 5% a partir de dezembro e, em janeiro, voltará ao patamar original, de 7%. O mesmo acontecerá com os modelos de motorização entre 1.0 e 2.0 — o imposto aumentará de 7,5% para 9% em dezembro e deverá voltar a 11% no início de 2010.

Troca com troco

A estratégia promocional que voltou com a proximidade do fim do ano foi a chamada "troca com troco". As concessionárias Savol e Paulitália Leste estão entre as que trabalham com esta forma de renegociação de dívidas. "A pessoa dá o carro com dívida de entrada e financia 100% o modelo novo, com taxa de 1,36% ao mês. Ela sai com dinheiro no bolso e a loja termina de pagar a dívida do modelo antigo", exemplifica o gerente de vendas da Savol, Edimar Vieira de Lima. Assita ao vídeo ao lado para entender melhor a operação.

Modelos desatualizados entram nas ofertas. É o caso do Volkswagen Fox geração um. De acordo com o gerente da Savol, o carro pode ser encontrado por preços mais vantajosos, porque a chegada do novo Fox desvalorizou o modelo antigo. "Como o carro mudou esteticamente, passamos a vendê-lo pelo valor da nota fiscal de fábrica", diz.

Usar o carro seminovo como entrada do zero quilômetro também traz vantagem, porque o aumento da procura por usados, devido aos baixos preços, esvaziou os estoques. "Por causa dos estoques baixos melhoramos a avaliação do usado", diz o gerente de vendas da Paulitália Leste, Armando Abbondanza.

13º salário

O pagamento do 13º salário ajuda no aumento das vendas das concessionárias. "No final de ano o movimento sempre é maior, o pessoal recebe 13º, consegue quitar dívidas e aproveita para trocar de carro, até mesmo para viajar com carro novo", diz Marcelo Santos, da Frei Caneca Aeroporto. Porém, o consumidor deve ficar atento ao apelo do salário extra e não se perder nas contas.

O professor da Trevisan aconselha o consumidor a comprar o carro à vista e, se não for possível, pagar pelo menos a maior parte do veículo. Mesmo assim, o 13º só pode ser um aliado na compra caso não exista nenhuma outra dívida pendente. "Cada caso é um caso, mas quem for comprar e tem dívida de cartão de crédito ou do cheque especial é melhor quitar a dívida, pois os juros cobrados são altos", ressalta Leite. Ou seja, como os juros cobrados sobre os veículos são os menores do mercado, é melhor optar pelo financiamento do carro do que continuar endividado com o banco.

Calcular os gastos previstos para janeiro de 2010 também é importante. "É preciso fazer as contas se vai dar para comprar o carro e pagar o IPTU e IPVA no começo do ano, além dos gastos escolares com matrículas, material e uniforme", observa o professor. "Jamais pegue empréstimos para pagar o carro. É muito mais vantajoso financiar", alerta.

Para não entrar no vermelho e ficar com o "nome sujo", a Serasa recomenda ao consumidor que avalie todos os hábitos de consumo e a média de correção dos serviços que utiliza para avaliar a margem de endividamento e, assim, assumir um financiamento longo.

As dicas valem para os feirões, que nas próximas semanas devem bombardear a mídia com ofertas de fim de ano. Por enquanto, nenhuma montadora divulgou qual será a estratégia adotada para atrair o cliente "inspirado" pelas compras natalinas, mas os concessionários garantem que as estratégias serão agressivas.

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