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Tecnologia

Quem ganha a guerra: TV de plasma ou LCD?

Desde que surgiram, elas são um objeto de desejo para a maioria das pessoas: as TVs de alta resolução finas e gigantes, representadas principalmente pelas tecnologias de plasma e LCD. Elas têm aumentado paulatinamente suas vendas no país, com divisão por enquanto semelhante. Mas a expectativa dos fabricantes, principalmente pela maior versatilidade de tamanhos e resolução, aponta para um líder no futuro: o LCD.

"O LCD tem ganho espaço, principalmente por possuir uma variedade maior de tamanhos de telas disponíveis", diz Anderson Kanno Moura, gerente de planejamento e produtos da Gradiente, empresa que fabrica os dois modelos. Segundo ele, apesar de nas telas acima de 40 polegadas a tecnologia de plasma ainda ser líder, em tamanhos menores a oferta é praticamente apenas de LCD. Por isso, "ainda há a crença de que uma tecnologia possa evoluir rapidamente e eliminar a outra".

O que tem segurado as TVs de plasma é mesmo o tamanho avantajado -- hoje, elas são as que atingem as maiores proporções. E, por terem entrado no jogo dos televisores de luxo primeiro, são um pouco mais baratas que as de LCD. Mas basta olhar nas especificações dos aparelhos para notar que, com telas de tamanho semelhante, quem tem mais resolução (número de pontos na tela), em geral, é a de LCD. No futuro, com a implementação da TV digital e a consolidação dos formatos de vídeo de altíssima definição (HD-DVD e Blu-Ray, sucessores do DVD convencional que ainda não chegaram ao Brasil), esse pode ser o elemento que fará a balança pender definitivamente contra os sistemas de plasma.

Por ora, entretanto, essa vantagem não se traduz em números. Em 2006, foram registradas vendas de 350 mil unidades, sem grandes diferenças de quantidade entre os dois tipos. Mas o fato é que o segmento como um todo está crescendo, com previsão de venda de 720 mil unidades em 2008, segundo a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), e aí já poderá surgir uma diferença para um dos lados.

Para Sérgio Baptista, gerente de negócios e marketing da Divisão de Eletrônicos de Consumo da Philips, o aprendizado do consumidor tem levado ao aumento das compras, sobretudo no segmento LCD. "Antigamente, o consumidor ia mais para a categoria plasma, principalmente nas telas maiores, e não tinha informação sobre LCD. Hoje ele já diferencia e reconhece as características que levam a performances diferentes em determinadas áreas", conta.

Para Carlos Werner, gerente de marketing de produto de Áudio e Vídeo da Samsung, "a grande movimentação dos consumidores por telas finas e a oferta variada de modelos de cristal líquido (LCD), principalmente os de menores polegadas, alavancou a procura por essa tecnologia". "Deste modo, o mercado das TVs de Plasma deve restringir-se a aparelhos com telas de grandes proporções."

Werner destaca algumas diferenças que apontam uma vantagem para o LCD: menor gasto de energia e maior definição da imagem, além de tamanhos de telas mais variados, o que beneficia o bolso do consumidor - que pode levar para casa uma tecnologia de ponta, mesmo em um aparelho menor.

Porém, ainda há alguns quesitos em que o plasma leva vantagem: além de ter um melhor contraste, essa tecnologia oferece um tempo de resposta melhor para visualização de imagens rápidas, quando comparada às LCDs mais antigas. "Nos modelos mais novos essa diferença se torna imperceptível", explica.

TV Digital e consumidor

Ambos os modelos podem ser bons para a TV digital, desde que eles sejam os mais recentes, já adaptados para a exibição de alta-definição. Porém, Baptista, da Philips, acredita que, como a tendência é caminhar para maiores resoluções, o LCD será mais propício, por ter produtos mais acessíveis a essa elevação. "Hoje ainda está equivalente, as TVs de Plasma de alta qualidade têm a mesma resolução das de LCD. Mas há uma tendência muito forte para esse último modelo", diz.

Segundo ele, "à medida que surgem novas propostas o usuário começa a ver opções. Antes, as telas maiores eram dominadas pelo plasma, mas hoje isto está se revertendo: há cada vez mais telas LCD de 42 polegadas e até acima, com qualidade", conta Baptista.

Já Daniel Kawano, analista de produtos da Panasonic, que no Brasil ainda não comercializa modelos LCD, defende a supremacia das telas de plasma nos tamanhos maiores - a empresa inclusive está dedicada a produzir as maiores telas vendidas comercialmente no mundo.

Porém, ele ressalta as peculiaridades das tecnologias, colocando que o que faz diferença é a aplicação da TV. "Em um ambiente claro e menor, o ideal é LCD. Nos lugares mais escuros e amplos, para reunir a família, é melhor a TV de plasma."

Apesar de reafirmar a liderança do plasma nas TVs grandes - impulsionada também pelo desenvolvimento de tecnologias para solução de um antigo problema, as manchas na tela devido a imagens paradas - ele acredita que a liderança de um dos modelos é uma questão relativa. "As pessoas vão começar a sentir a diferença da aplicação, isso vai passar a interessar o usuário final. A vantagem do LCD continua, porque no Brasil o público é muito sensível a preço, e pode comprar um modelo menor por essa restrição."

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