
Chegando à 10.ª edição em 2017, o Prêmio Ozires Silva reconheceu projetos de empreendedorismo sustentável de todo o país, na noite desta quarta-feira (8), em Curitiba. Dessa vez, os grandes destaques foram as alternativas relacionadas a questões ambientais, mudando a tônica das edições anteriores, que tinham o setor educacional como principal vetor para empreender.
Norman de Paula Arruda Filho, presidente do Instituto Superior de Administração e Economia (Isae-FGV), explica que a mudança atende o que se espera neste contexto, pois valoriza “projetos que alinham demandas da sociedade a inovações disruptivas”. Para ele, o grande número de inscritos na categoria ambiental “é um sinal da tendência atual em criar novas soluções alinhadas ao cuidado com o meio ambiente”.
Apesar do destaque ambiental, o presidente do Isae-FGV também reforça que a educação continua sendo uma característica muito forte entre os vencedores, principalmente, pelo fato da premiação ter sido concebida em uma escola de negócios que “defende a educação como principal vetor de transformação da sociedade”.
Nesta edição, foram inscritos 128 projetos vindos de dez estados diferentes. Dos inscritos, 17 foram premiados em quatro categorias: empreendedorismo social, ambiental, educacional e econômico. Entre os vencedores estão empresas, estudantes e cidadãos dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais e Ceará.
Dez anos de história
A edição deste ano do prêmio, que é uma realização do Isae-FGV e do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), é tratada de uma forma ainda mais especial, pois marca uma história de dez anos de sucesso. De acordo com Arruda Filho, a longevidade da iniciativa “pode ser resumida em uma só palavra: inovação”.
“O crescimento no número de inscritos e a qualidade dos projetos refletem o potencial do Prêmio Ozires Silva e legitimam sua importância para o desenvolvimento do empreendedorismo sustentável brasileiro”, destaca Norman ao fazer um balanço da história do prêmio.
Outro motivo para que a iniciativa seja tão duradoura é a questão dos exemplos. Para Arruda Filho, ter o doutor Ozires Silva, ex-ministro e fundador da Embraer, como homenageado e inspiração para o prêmio faz com que cada vez mais jovens queiram ser reconhecidos pela iniciativa. “Ele tem uma mente extremamente inovadora e, por isso, a essência do Prêmio leva essa premissa”, explica o presidente.
O doutor Ozires Silva segue na mesma linha e também atribui a longa história e a importância da premiação ao seu perfil empreendedor. “O que eu trago para esses jovens é, na verdade, um bom exemplo, com uma história longa e complexa da fabricação de aviões no Brasil”, ressalta o homenageado. “O que faz esse prêmio se manter durante tanto tempo é mostrar que empreendimentos como esse [criação da Embraer e fabricação de aviões] começam com pessoas”, completa.
O ex-ministro acredita que a premiação que leva seu nome ainda tem muita história pela frente. De acordo com ele, um cenário de crises, como o vivido atualmente, é extremamente motivador para empreendedores. “Se de um lado tanta mudança causa perplexidade, de outro, incentiva ainda mais para criar algo melhor”, finaliza Ozires Silva.
Bons exemplos
Tendo como premissa o exemplo do homenageado Ozires Silva, os vencedores dessa edição buscaram resolver problemas extremamente atuais. É o caso do pessoal da Mesus, de Curitiba, que quer minimizar o volume de alimentos desperdiçados diariamente e, com isso, diminuir os indicadores de fome. A ideia é que um site faça a ponte entre fornecedores de alimentos in natura com os receptores mais próximos.
Outros premiados trabalham com o foco nas energias renováveis e economia circular, como é o caso da Biofilia e da Renova Green. A primeira empresa oferece produtos e serviços na área de eficiência em energias renováveis, captação de água, paisagismo e compostagem, oferecendo alternativas para fomente a redução de desperdícios pela economia circular. Já a segunda trabalha com planos de energia solar por assinaturas na região de Curitiba.
Também trabalhando com questões ambientais, alguns projetos premiados na 10ª edição do Ozires Silva pensaram em alternativas para melhor destinação de resíduos. A Plataforma Reverse, criada por alunos da Universidade do Extremo Sul Catarinense, por exemplo, foi um dos vencedores na categoria ambiental por disponibilizar um mapa online com pontos de descarte correto para pilhas, baterias, lâmpadas e pequenos eletroeletrônicos.



