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negociação

Reajustes perdem da inflação e salários têm queda real de 1% em junho

Com ganho médio de 1,37% nos últimos 12 meses, Paraná está entre os estados com os reajustes reais mais significativos, segundo levantamento da Fipe

Os acordos de negociação salarial firmados em junho, com reajuste médio de 7,7%, não foram capazes de repor a inflação acumulada em 12 meses. Com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 8,8%, os trabalhadores brasileiros com carteira assinada tiveram, em termos reais, uma perda média de 1% em seus rendimentos, de acordo com levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com base em dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). “É um quadro bastante diferente do observado nos anos anteriores, quando (os trabalhadores)acumularam aumentos reais”, diz o boletim.

Em abril, os salários já haviam encolhido 0,6%, descontada a inflação. “Redução real não ocorria desde a crise de 2008 e 2009”, afirmou o coordenador da pesquisa e responsável pelo site salários.org.br professor Hélio Zylberstajn. Esses dois casos, de reajustes perdendo para a inflação, são consequência da escalada do INPC para níveis acima dos 7% a partir dos primeiros meses de 2015. Desde maio de 2013, os reajustes médios variaram entre 7% e 9%, o que garantia, conforme destaca a Fipe, aumentos reais médios de 1,5 a 2,0 pontos porcentuais. “Nos três últimos meses, essa diferença desapareceu”, diz o texto da Fipe.

Setores

Na análise dos dados do sistema Mediador, do MTE, por setor de atividade, a Fipe detectou que os trabalhadores celetistas da administração pública aparecem como os que tiveram o maior ganho médio nos 12 meses encerrados em junho de 2015, com aumentos de 2,7%, já descontada a inflação. Em seguida, aparecem os segmentos de limpeza urbana e asseio (2,3%), condomínios e edifícios (2,2%) e estacionamentos e garagens (2%). Os trabalhadores com carteira assinada de bancos e serviços financeiros aparecem em quinto lugar, com um ganho médio real de 1,8%.

Na outra ponta, o setor do agronegócio da cana foi o único a registrar perda real nos reajustes médios dos últimos 12 meses até junho, com queda de 0,6%. Em penúltimo lugar, aparecem as empresas jornalísticas, em que o ganho real foi nulo, sendo os reajustes apenas suficientes para compensar a inflação. Os segmentos com menores ganhos reais médios foram de extração e refino de petróleo (0,2%), educação e formação profissional (0,3%) e indústrias extrativas (0,4%).

No recorte geográfico, os cinco estados com reajustes reais mais significativos foram Sergipe (1,42%), Ceará (1,41%), São Paulo (1,40%), Paraná (1,37%) e Alagoas (1,36%). Na ponta de baixo da tabela, reajustes em dois estados impuseram perdas reais aos contratados com carteira assinada: Acre (-0,22%) e Amapá (-0,16%). Em seguida, aparecem Goiás, com ganho médio de 0,37% acima da inflação, e Tocantins e Roraima, onde o aumento real foi de 0,62%.

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