
A arrecadação de impostos e contribuições federais fechou o primeiro trimestre de 2014 com um resultado recorde de R$ 293,4 bilhões. O valor representa um aumento real (já descontada a inflação) de 2% em relação ao ano passado. Mesmo assim, os técnicos da Receita Federal estão preocupados e vão investigar os motivos do fraco desempenho de alguns tributos importantes, como o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), que afetaram a arrecadação.
INFOGRÁFICO: Confira dados sobre a arrecadação dos impostos
Segundo o secretário-adjunto do Fisco, Luiz Fernando Teixeira Nunes, um grupo de 15 a 20 grandes empresas compensou créditos a que tinham direito com o IRPJ e a CSLL. Isso fez a arrecadação dos dois tributos recuar 6,48% no primeiro trimestre. Teixeira explicou que essa prática é normal, mas, mesmo assim, a Receita está fazendo uma avaliação para saber o que houve entre janeiro e março.
As desonerações concedidas pelo governo nos últimos anos para estimular o crescimento da economia também prejudicaram as receitas. No primeiro trimestre, esses estímulos como redução dos encargos sobre a folha resultaram numa renúncia fiscal de R$ 26,1 bilhões.
Otimismo
Segundo relatório divulgado pela Receita, em janeiro, as receitas apresentavam crescimento de 0,91%. Em fevereiro, a taxa foi de 1,91% e agora, de 2,08%. O governo aposta no crescimento das receitas nos próximos meses em função de um maior aquecimento da economia, com uma alta esperada de 3,5% para o ano.
Para o especialista em contas públicas Mansueto Almeida, a estimativa é muito otimista. Ele lembra que o ritmo de crescimento da arrecadação até março está abaixo do esperado. "A despesa, por outro lado, dificilmente vai crescer menos de 3,5%, o que torna o cenário mais difícil para o fechamento das contas públicas este ano."



