A Delegacia da Receita Federal em Curitiba inicia hoje a Operação Nazca, com o objetivo de obter dados de imóveis construídos em condomínios de luxo. Segundo a Receita, os dados vão contribuir para identificar a variação patrimonial, aluguéis não declarados e o trabalho da fiscalização entre os incorporadores imobiliários. No primeiro dia de operação, estão previstos voos sobre os bairros Campina do Siqueira, Campo Comprido, Ecoville, Santa Felicidade e outros. As informações são da Agência Brasil.
Também serão identificados imóveis cujos proprietários já concluíram construções mas continuam declarando ao Fisco apenas o terreno. A partir da constatação da irregularidade, os imóveis poderão ser selecionados para fiscalização e cobrança dos tributos devidos.
Durante a operação, será usado um helicóptero, e as imagens que ele gravar serão confrontadas com os cadastros de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), imagens de satélite e informações dos bancos de dados do Fisco. "O reconhecimento aéreo tem se mostrado uma importante arma contra a sonegação. Operações semelhantes à Nazca, realizadas no interior de São Paulo, resultaram em um incremento na arrecadação previdenciária de até 30%", diz nota da Receita.
Explicação
Segundo a Receita, a planície de Nazca, no sul do Peru, é famosa por imensos geoglifos, linhas desenhadas no solo que chegam a ter 200 metros de comprimento. Essas linhas, inscritas pelo povo local entre os anos de 300 e 800, chamam a atenção porque só podem ser vistas do alto e só foram descobertas quando aeronaves passaram a sobrevoar a região.
Para a Receita, "assim como as aeronaves foram fundamentais para decifrar os geoglifos, o reconhecimento aéreo será uma ferramenta valiosa na operação Nazca, para revelar os segredos que alguns sonegadores tentam manter ocultos".



