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Lula
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva,, que quer alguém próximo ao Planalto no comando da Vale.| Foto: EFE/André Coelho

O imbróglio da sucessão do comando da mineradora Vale teve mais um capítulo na última semana, com a reunião do conselho de administração, na quinta-feira (22) para tratar do balanço contábil da mineradora. A discussão sobre o novo CEO, que não foi definida no encontro anterior, estava entre os assuntos pendentes, mas nenhuma decisão foi tomada.

Na sexta-feira (23), o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, disse que confia no colegiado da companhia para decidir sobre sua recondução ao cargo. “Não cabe a mim comentar. Tenho confiança de que o conselho está fazendo tudo de forma profissional e correta”, declarou Bartolomeo, segundo apuração do Poder360.

O mandato do atual presidente termina em maio. Pelo estatuto da companhia, a decisão sobre a continuidade ou não deveria ser conhecida com três meses de antecedência. Mas o impasse está instalado, com a divisão do conselho na última reunião do colegiado sobre o assunto, em 15 de fevereiro.

Dos 13 conselheiros, seis votaram para reconduzir Bartomoleo e seis para dar início a um processo de seleção de outro nome. Contra a recondução de Bartolomeo, votaram os dois representantes da Previ, o indicado pela Bradespar, outros dois conselheiros independentes e o representante dos trabalhadores. Os demais independentes e o indicado pela Mitsui votaram para manter o atual CEO. Luís Henrique Guimarães, indicado da Cosan no colegiado, se absteve.

Pano de fundo é tentativa de interferência do governo Lula

O pano de fundo do impasse é a resistência do acionista majoritário, a Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil à recondução do atual CEO. Com 8% das ações, a Previ é o único braço de interferência do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem se mostrado insatisfeito com gestão de Bartolomeo e tentou repetidamente emplacar o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, à presidência da companhia.

Após a repercussão negativa no mercado, o governo recuou. Mantega anunciou a interlocutores que abriria mão da presidência, embora não tenha sido convidado para o cargo.

Caso o conselho decida pelo processo de seleção de outro nome, Bartolomeo ainda pode constar de uma lista tríplice elaborada por consultorias de headhunting, conforme determinação do estatuto da empresa. O nome de Mantega, segundo avaliação dos agentes econômicos, dificilmente passaria pelos critérios de seleção das consultorias.

Mesmo assim, governo ainda trabalha por um nome mais próximo do Planalto e para colocar Mantega como integrante do conselho de administração da companhia. Para isso, algum dos conselheiros da Previ precisaria renunciar e o nome de Mantega ser referendado pelo colegiado.

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