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Varejo

Rede tem só duas lojas físicas, mas é uma das líderes virtuais

KD começou cedo e por isso hoje é uma das que mais vendem móveis pela web

Por ser uma comédia de Lars von Trier, o humor é negro e mais refinado | Divulgação/IFC Films
Por ser uma comédia de Lars von Trier, o humor é negro e mais refinado (Foto: Divulgação/IFC Films)

Uma das empresas paranaenses que mais vendem móveis pela internet tem uma rede de lojas que não se compara à das grandes cadeias do varejo. Praticamente desconhecida para quem não faz compras pelo chamado "e-commerce", o comércio eletrônico, a Lojas KD tem apenas duas unidades, uma no centro de Curitiba e uma em Pinhais, na região metropolitana. O número de funcionários também não espanta: são 25 pessoas no total. Mas, com quatro anos de experiência na internet, a KD colhe os resultados de ter embarcado bem mais cedo que a concorrência em um mercado que hoje é cinco vezes maior que em 2003 – e que no primeiro semestre deste ano cresceu quase 50%, frente aos 10% do varejo "real".

Sem revelar cifras, o diretor da KD, Nelso Fiorin, conta que a loja virtual responde por mais da metade de todo o faturamento da empresa, proporção bem superior à apresentada pelas principais concorrentes regionais, a catarinense Salfer e a MM-Mercadomóveis, de Ponta Grossa. Na Salfer, que tem 94 lojas (30 no Paraná), a participação da filial eletrônica, inaugurada neste ano, não passa de 5% da receita bruta. Inaugurada em 2006, a loja virtual da MM responde por 3% de todo o faturamento da rede, que tem 89 lojas no estado.

Quando a rede é grande, naturalmente fica quase impossível para a loja virtual igualar o faturamento de todas as lojas "físicas". O que impressiona, no caso da KD, é que, mesmo sendo pouco conhecida, ela recebe praticamente o mesmo número de encomendas de móveis via internet que a MM: são 400 pedidos mensais, frente a cerca de 450 da rede ponta-grossense.

Nos últimos meses, o site da MM ultrapassou, em número de acessos, a página da KD – que recebe cerca de 120 mil visitantes por mês. A diferença é que as grandes redes também vendem eletrodomésticos e eletrônicos, que respondem pela maioria das vendas. A KD só oferece móveis, produtos que o público ainda resiste em comprar pela internet. "Nossa vantagem é que, por sermos especializados, temos uma variedade maior. Se os concorrentes têm dez modelos de guarda-roupa, nós temos cem", diz Fiorin. Para atender à demanda da internet, a KD mantém em Pinhais um depósito de mil metros quadrados e dez funcionários.

Ex-proprietário de uma fábrica de móveis, Fiorin se tornou varejista em 1997, quando abriu a primeira loja da KD, na Rua José Loureiro, em Curitiba. Chegou a ter três filiais, mas duas não resistiram à concorrência. Em 2003, o empresário decidiu se arriscar no mercado on-line – que ainda dava seus primeiros passos, mas tinha a vantagem de ser quase ignorado pelas grandes redes e alcançar um grande número de consumidores. Hoje, a maioria dos clientes é de São Paulo e do Rio de Janeiro. O Paraná só aparece na terceira posição, que reveza com Bahia e Minas Gerais.

Quem desenvolveu o site foi a Idéias Pontual, empresa curitibana especializada em comércio eletrônico. Além de planejar a publicidade da loja virtual, a Idéias desenvolveu uma tecnologia que coloca a KD nas primeiras posições dos sites de busca – o resultado é que 61% dos visitantes do site chegaram até ele por meio de sites de busca.

Um dos desafios foi selecionar as transportadoras responsáveis pela entrega dos produtos. "Era difícil fazer isso há quatro anos. O volume de entregas era pequeno, e poucas empresas aceitavam", diz Adão Ferreira, diretor comercial da Idéias. "Também é preciso confiar no parceiro. O transportador tem que garantir que, se for necessário, vai subir o morro no Rio de Janeiro ou fazer entrega no meio do Carnaval de Salvador, em rua bloqueada ao trânsito, como já ocorreu."

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