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crise mundial

Reforço para o FMI divide países do G-20

França, Brasil e emergentes apoiam aporte para que o fundo seja capaz de socorrer países com problemas, mas EUA e Inglaterra são contrários

A diretora-gerente  do FMI, Christine Lagarde, chega para encontro do G-20 | Eric Piermont/AFP
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, chega para encontro do G-20 (Foto: Eric Piermont/AFP)

O início da reunião preparatória para a Cúpula do G20, em Paris, ontem, foi marcada por uma forte divisão sobre a proposta dos países emergentes de aumentar recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar a solucionar a crise na zona do euro. Enquanto EUA, Reino Unido, Canadá e Austrália rejeitaram a ideia de comprometer mais dinheiro de seus contribuintes para ajudar os países do euro, França, Brasil e outros emergentes defenderam o reforço de cerca de US$ 350 bilhões ao fundo. Segundo o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, o FMI tem "recursos muito substanciais que não estão comprometidos", assim como os países do euro.

O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, disse haver "um certo consenso" entre França e Brasil sobre a proposta. "A questão é que modelo adotar. Acho importante que, diante de uma nova crise mundial, o FMI tenha mais recursos para utilizar, não somente para os países europeus, mas também para os emergentes", disse.

Em declarações à emissora de rádio Europe 1 ontem, o ministro francês de Finanças, François Baroin, defendeu que é preciso acabar com a situação atual porque "é uma loucura" que exista o risco de que um Estado quebre por uma questão de confiança nos mercados. Ele assinalou que, para regular esta situação e para dar estabilidade, é necessário "um plano global e durável", o que inclui o fundo europeu de salvamento, a recapitalização dos bancos, uma solução à dívida grega e a reforma da governança da zona do euro.

Ontem, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que os EUA deveriam pensar em seus interesses econômicos quando forem decidir sobre política externa, como fazem Brasil e Índia. "Não que isso vá ditar a política externa, mas é parte significativa da equação", afirmou.

O objetivo do encontro é a preparação para a cúpula de chefes de Estado e governo do G-20, que ocorrerá em novembro em Cannes, na França, onde os líderes das maiores economias do mundo discutirão alternativas para a crise. O encontro ministerial precede a visita do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, a Paris. Barroso se reunirá com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, para preparar a cúpula do G-20 e o decisivo Conselho Europeu da próxima semana.

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