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O governador Roberto Requião disse que vai encaminhar à Assembléia Legislativa projeto de lei idealizado pela categoria que obriga fabricantes de veículos a manter o nível de pessoal contratado. A promessa foi feita durante almoço com sindicalistas do setor automotivo ontem, dia de paralisação de protesto em três fábricas da Volkswagen, inclusive a de São José dos Pinhais.

A idéia do projeto seria a de atrelar a concessão de incentivos fiscais à manutenção dos postos de trabalho, ameaçados depois que a Volks anunciou uma reestruturação nacional. A montadora não divulgou o número de demissões que pretende fazer, mas os sindicatos temem que elas chequem a 5,7 mil entre as fábricas do Paraná e de São Paulo. Desde que se instalou no estado, em 1999, a empresa adiou o pagamento de R$ 700 milhões em ICMS ao Paraná, pelos cálculos do governo.

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da Força Sindical, Eleno Bezerra, espera que com a aprovação da lei as demissões só possam ocorrer por baixo desempenho. "Já estamos articulando um projeto federal que acabe com os incentivos fiscais sem contrapartida. Senão, as empresas fecham as portas e os estados perdem dinheiro", diz.

O sindicato local espera se reunir regularmente com o Conselho Estadual de Política Automotiva para discutir medidas que ajudem a melhorar o cenário. "Certamente vão ocorrer novas paralisações, porque a Volks fez propostas bastante absurdas", define o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Nélson Silva de Souza. Uma primeira paralisação já havia sido realizada no dia 18 de maio.

A Volks não comentou os protestos de funcionários, mas lembra que havia convidado os sindicatos para uma reunião a ser realizada ontem. O convite teria sido negado, e agora a empresa aguarda a posição sobre proposta de se reunirem na sexta-feira. O sindicato paranaense avisa que não vai assinar acordo, mas a empresa classifica a reestruturação como "irreversível".

Em reunião na semana passada, a empresa apresentou detalhes do plano aos representantes dos trabalhadores. Ainda de acordo com a empresa, a empresa já teria demitido 170 pessoas por baixo desempenho neste ano, em São José dos Pinhais. Já o sindicato registrou 219 baixas.

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