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Internacional

Retomada será lenta, diz presidente do Fed

Autoridade monetária dos EUA afirma que recessão pode ter acabado, mas desemprego continuará alto por um bom tempo

Ben Bernanke, ao sair do encontro com presidentes de bancos centrais: mensagem bem recebida por investidores | Reuters
Ben Bernanke, ao sair do encontro com presidentes de bancos centrais: mensagem bem recebida por investidores (Foto: Reuters)

Nova Iorque - Ben Bernanke, presidente do Fed (o banco central dos Estados Unidos), deu a mais taxativa indicação desde o agravamento da crise internacional, em setembro de 2008, de que tanto a economia americana quanto a de outros países estão na rota da recuperação. Mas avisou que ela será lenta e com o desemprego elevado por muitos meses.

"Depois da forte contração no ano passado, a atividade econômica parece estar se recuperando, tanto nos EUA quanto em outros países. As chances de volta do crescimento são boas", disse Bernanke, durante encontro com presidentes de bancos centrais e economistas de vários países em Jackson Hole, no estado de Wyoming. E acrescentou: "Embora tenhamos evitado o pior, há desafios pela frente. Em um primeiro momento, a recuperação tende a ser muito lenta, com os níveis de desemprego baixando apenas gradualmente dos elevados patamares atuais".

Outros países

No cenário internacional, países como França, Alemanha e Japão já deixaram a recessão para trás no segundo trimestre. Mas o crescimento no período foi anêmico (0,3% nos casos de França e Alemanha, e 0,9% no Japão). E o desemprego permanece alto – em 9,4% e 7,7% nos dois países europeus, por exemplo.

Nos EUA, o segundo trimestre ainda foi de retração, de 1%. Acredita-se que a economia tenha voltado a crescer a partir de julho. O desemprego, porém, está em 9,4%, e a maioria das previsões indica que ele ainda poderá aumentar antes de começar a recuar. A expectativa de uma longa e frágil recuperação foi reforçada nesta semana pelas vendas abaixo do esperado, em julho, de redes gigantes de varejo nos EUA. Houve ainda aumento além do previsto nos pedidos de seguro-desemprego.

Mas a fala do presidente do Fed fez a Bolsa de Nova Iorque atingir o mais elevado patamar desde outubro do ano passado. O índice Dow Jones subiu 1,67%, para 9.506 pontos, e o S&P 500 teve valorização de 1,86%. O índice da bolsa eletrônica Nasdaq subiu 1,6%.

Juros

A partir de dezembro passado, o Fed baixou os juros básicos no país para um patamar entre zero e 0,25% ao ano. E bombeou cerca de US$ 1 trilhão na economia em financiamentos para empresas e a interessados em comprar imóveis ou veículos. No caso dos imóveis, o comprador que não tem casa própria pode ter desconto tributário de US$ 8 mil. No setor de veículos, chegam a US$ 4,5 mil os abatimentos para quem trocar um carro "bebedor" por outro mais econômico.

Mas as declarações ainda cautelosas de Bernanke indicam que o Fed deve manter os juros no atual patamar por um bom período, especialmente porque não há sinais de inflação no curto prazo. O suporte financeiro estatal na área de crédito também deve continuar por mais tempo.

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