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Paralisação  dos caminhoneiros na  BR-116, em Curitiba. | Reuters
Paralisação dos caminhoneiros na BR-116, em Curitiba.| Foto: Reuters

A semana começou com diversos pontos interditados nas rodovias estaduais do Paraná em consequência das paralisações dos caminhoneiros. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), por volta das 16 horas desta segunda-feira (23), havia 21 pontos interditados nas rodovias estaduais. Em alguns trechos, os caminhoneiros permitem apenas a passagem de carros, ônibus, ambulâncias e caminhões com carga perecível ou carga viva.

Desde o início dos protestos, no último dia 13, os caminhoneiros vêm bloqueando parcialmente trechos rodovias estaduais e federais do Paraná e de outros estados.

Rodovias federais

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRE), por volta das 16h30, a manifestação bloqueava quatro rodovias federais em dez pontos diferentes no Paraná. As interdições são todas parciais, nos dois sentidos das vias. Na BR-277, há dois pontos de manifestações, no km 452, em Laranjeiras do Sul, e no km 338, em Guarapuava, onde há congestionamento de aproximadamente 3 km. Na BR-376, os pontos ficam no km 137, em Paranavaí, km 187, em Marialva, km 295, em Mauá da Serra, e km 245, em Apucarana.

Fiep faz apelo pelo fim dos bloqueios

Entidade afirma que manifestação já prejudica indústrias de vários setores

O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, fez um apelo nesta segunda-feira (23) pelo fim dos bloqueios ao transporte de cargas em rodovias do Paraná e de outros estados. Segundo ele, o protesto dos caminhoneiros, vem prejudicando indústrias paranaenses, inclusive de setores que produzem alimentos perecíveis – que deveriam estar livres dos bloqueios.

Nesta segunda, Campagnolo e representantes de outras entidades representativas do setor produtivo se reuniram com o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná, Gilson Luiz Cortiano. Eles levaram a preocupação da classe empresarial em relação às manifestações e conversaram sobre as providências que a PRF está tomando para garantir a circulação das cargas.

Segundo Campagnolo, a preocupação é ainda maior em relação ao bloqueio de cargas de produtos perecíveis em alguns pontos de manifestação, já que nem todos eles liberam a passagem desse tipo de carga. A Fiep pede pelo fim da manifestação para evitar prejuízos ainda maiores e pelo respeito à liberação destas cargas.

Na BR-163, são cinco pontos interditados, próximos às cidades de Marechal Cândido Rondon, Capanema, Sânto Antônio do Sudoeste e Pérola do Oeste, este último com 2 km de fila. Por fim, há ainda caminhoneiros trancando a BR-369, no km 179, em Arapongas.

Rodovias estaduais

Nas rodovias estaduais, os pontos interditados são: PR-471, km 222, Nova Prata do Iguaçu; PRC-280, km 255, Marmeleiro; PRC-280, km 194, Mariópolis; PR-281, km 535 e 540, Dois Vizinhos; PR-483, km 001, Francisco Beltrão; PRC-280, km 170, Clevelândia; PR-566, km 012 e PR-493, km 030, Itapejada do Oeste; PRC-466, km 179/180, Pitanga; PRC-487, km 295, Manoel Ribas; PRC-158, km 528, Vitorino; PR-466 kms 091 e 100, Jardim Alegre; PR-182, km 459, Realeza; PR-160, km 53+500m, Cornélio; PR-281, km 421, Mangueirinha; PR-218, km 254, Astorga; PR-323, km 36, Sertanópolis; PRC-280, km 130, Palmas; PR-170, km 381, Guarapuava; PR-445, km 83, Cambé; e encontro da PR-491 com a BR-163, em Marechal Cândido Rondon.

Os trechos com bloqueio total, sem passagem de carros ou veículos de emergência, estão localizados em Nova Prata do Iguaçu, Marmeleiro, Mariópolis, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Clevelândia, Itapejara do Oeste, Vitorino e Jardim Alegre. Os demais permitem passagem de carros e alguns também de veículos de emergência, ônibus e cargas vivas ou perecíveis.

Falta de combustível

Com o bloqueio sem previsão de liberação, os motoristas buscaram os postos de combustíveis para encher o tanque por precaução. Em municípios do sudoeste do Paraná, como Francisco Beltrão, Dois Vizinhos, Pato Branco e Foz do Iguaçu, dezenas de postos estão sem combustível e não têm previsão de abastecimento, já que as próprias distribuidoras estão sem combustível e os caminhões pipa estão presos nos bloqueios. Em Pato Branco e Francisco Beltrão, a maioria dos postos já está sem combustível e, nos poucos ainda com estoque, motoristas de carros utilitários formam longas filas para garantir os últimos litros. Os postos ainda em atendimento contatados pela Gazeta do Povo afirmam que os estoques devem acabar até o final da tarde.

Reivindicações

Entre as reivindicações feitas aos governos estaduais, caminhoneiros e empresas de transporte pleiteiam que a referência de preço mínimo usada para cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) seja oficializada como tabela mínima de fretes no Estado. Outra cobrança é a redução da carga tributária sobre o diesel de 17% para 12% no Paraná.

  • Trecho da BR-116 em Curitiba, em frente à Ceasa, teve a via totalmente bloqueada durante a tarde.
  • Polícia Rodoviária Federal acompanha protesto na BR-277, próximo ao Trevo Cataratas, em Cascavel.
  • Manifestação de caminhoneiros também fechou a PR-280, próximo a Palmas.
  • Protesto dos caminhoneiros na PR-280, em Palmas.
  • Polícia Rodoviária Federal conversa com caminhoneiros durante protesto na BR-116, em Curitiba.
  • Trânsito ficou lento na BR-116, em Curitiba, em frente à Ceasa, devido ao protesto nesta segunda-feira (23).

A nível nacional, a reivindicação junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é de que transportadores inadimplentes possam refinanciar contratos, obtendo 12 meses de carência e ampliação de 12 meses no prazo dos contratos, mantendo as taxas de juro originais. Além disso, eles pedem que a nova Lei dos Caminhoneiros (PL 4246/2012) seja sancionada pela presidente Dilma Rousseff sem vetos.

Na manhã desta segunda, a Confederação Nacional de Transportadores Autônomos publicou em seu site e página no Facebook um comunicado no qual levanta como questões emergenciais a serem tratadas a redução do preço do óleo diesel, o subsídio do combustível para caminhoneiros autônomos e a repartição dos financiamentos de caminhões para caminhoneiros. “É preciso elaborar um plano de ação para o momento que consiste em reivindicar”, diz o documento. A entidade afirma ainda que solicitou uma reunião com os ministérios para tratar das reivindicações.

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