As ações das empresas de telefonia têm forte alta na Bolsa de Valores de São Paulo nesta terça-feira depois que o jornal espanhol "El Confidencial" publicou uma reportagem informando que a Telefónica da Espanha e a Portugal Telecom - que dividem o controle da Vivo no Brasil - estão perto de alcançar um acordo para desfazer a parceria.
A empresa espanhola ficaria com 100% da brasileira. Já a Portugal Telecom poderia investir na compra da Oi Participações.
O pacto entre as empresas de Madri e Lisboa não implica na venda dos 10% que a empresa espanhola tem na portuguesa.
Os papéis da Vivo sobem 7,02%, a R$ 8,99. As ações da Telesp, por sua vez, também controlada pela Telefônica do Brasil, ganham 1,50%, a R$ 52,69. As da Telemar têm alta de 1,26%, a R$ 34,47, contra queda de 0,38% do Ibovespa.
Fontes próximas da Telefónica teriam dito que ambas as operações não precisam, necessariamente, ocorrer de forma simultânea. O acordo sobre a Vivo estaria "muito perto" de ser fechado, mas antes seria preciso encontrar formas de a PT continuar presente no mercado brasileiro.
Fontes portuguesas próximas ao Banco Espírito Santo, acionista principal da PT, não são tão otimistas quanto a espanhola e dizem que Henrique Granadeiro, presidente da PT, pode cobrar caro de César Alierta, da Telefónica.
- Os espanhóis estão ansiosos por ficar com este ativo e querem chegar a um acordo o quanto antes. Se o querem com tanto afinco, terão que pagar por isso - dizem as fontes, segundo o jornal.
Como alternativa, analistas do mercado também falaram na possibilidade de a Telefónica chegar a um acordo com a Telecom Itália para ficar com a TIM Brasil.
Para o diretor da Ágora Corretora, Álvaro Bandeira, a compra da Oi pela Portugal Telecom é factível, a despeito de declarações da empresa brasileira, de que pretende ser uma "consolidadora" do setor, e não consolidada.
- O setor está se reestruturando e a Oi não tem um acionista estrangeiro de peso que faça parte da área de telecomunicações. É possível que a empresa seja, sim, uma consolidada - diz.
Já Eduardo Roche, do Banco Modal, destaca a possibilidade de a Telefônica unificar os ativos da Telesp fixa com os da Vivo.
- O mercado fica na expectativa de que haja uma solução em relação ao controle da Vivo porque já ficou mais que comprovado que este modelo de gestão compartilhada não está funcionando. A empresa vem perdendo espaço em termos de market share e suas margens não têm sido positivas. A expectativa é de que a Ttelefonica possa unificar a Vivo e a Telesp fixa, o que é positivo porque a Telesp tem geração de caixa forte, com fluxo saudável - diz Roche.
No ano passado, a Oi Participações (então denominada Telemar) tentou obter o aval de acionistas para realizar o que poderia ser a maior reestruturação acionária já feita por uma empresa brasileira. A operadora queria retirar do mercado papéis da Telemar Participações, Tele Norte Leste Participações e Telemar Norte Leste, dando em troca, aos investidores, ações da nova empresa Oi Participações.
Acionistas minoritários, no entanto, não concordaram com a diferença na relação de troca estabelecida para detentores de papéis ordinários e preferenciais.
A reestruturação da Telemar era vista como o pontapé inicial de uma uma séria de mudanças no setor de telefonia brasileiro.
Na época, o presidente da companhia, Luis Eduardo Falco, não descartou uma eventual compra da TIM. Ele admitiu que a consolidação em processo no mercado resultaria na presença de duas grandes plataformas no setor na América Latina: uma mexicana (Telmex) e uma espanhola (Telefónica, dona da Vivo).
- Vamos brigar também para ter uma plataforma brasileira - afirmou, na ocasião.
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Leia o relatório completo da Câmara dos EUA que acusa Moraes de censurar direita no X
-
Revelações de Musk: as vozes caladas por Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
-
Mundo sabe que Brasil está “perto de uma ditadura”, diz Bolsonaro
Meta fiscal mais frouxa do governo Lula piora expectativas e mercado joga juros para cima
Rebaixamento da meta aumenta desconfiança sobre as contas do governo Lula
Incertezas do Brasil fazem exportador deixar dólar no exterior e elevam pressão sobre câmbio
FMI amplia projeção de crescimento do PIB brasileiro para 2024 e 2025
Deixe sua opinião