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fronteira

Sai o celular xing-ling, entra o vestido Dior

Com a queda no número de sacoleiros, comércio de Ciudad del Este busca nova orientação para continuar atraindo o visitante brasileiro

Nasser e uma modelo usando um vestidor Dior: novo perfil | Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
Nasser e uma modelo usando um vestidor Dior: novo perfil (Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo)

Smartphones, tablets e games de marcas chinesas pouco conhecidas – apelidados pelo mercado de "xing-lings" – não são as únicas atrações do momento no comércio paraguaio. A venda de roupas de grife está crescendo em Ciudad del Este, fronteira com Foz do Iguaçu, e, aos poucos, começa atrair a atenção dos turistas.

A alta nas vendas de roupas está em sintonia com uma nova fase do comércio paraguaio. O fluxo de sacoleiros, clientela tradicional que compra para revender, está em queda. Por outro lado, o número de turistas, que adquirem mercadorias para o próprio consumo, aumenta. De olho na mudança do perfil do consumidor e também no gosto do brasileiro por roupas de grife, alguns comerciantes começaram a trocar a vitrine de eletrônicos por calças, camisas e vestidos.

Dois segmentos de vestuário florescem na fronteira. O primeiro é o de jeans, vestidos e camisas de marcas fa­cilmente encontradas nos Estados Unidos. O outro é de luxo: vestidos de festas, de noiva e acessórios de marcas famosas, modelos típicos de capitais brasileiras ou originárias de Nova York, Paris e Milão.

Proprietário da loja Sax, o comerciante Armando Nasser é um dos pioneiros neste filão. Em 2009, ele abriu um show room para vender óculos. Percebeu que a clientela respondeu de forma positiva. A loja, que tinha um piso, agora tem dois e já passa por ampliação. Serão 11 andares de luxo, em um edifício de 17 mil metros quadrados, promete. Haverá pavimentos exclusivos para vestidos de noivas, acessórios e outros para restaurantes e franquias. Nasser promete os cafés da Starbucks e o foie gras da Fauchon, de Paris, entre outras novidades. A loja funcionará em horário diferenciado, das 11h às 2h, para atender o público-alvo, o turista. "Meu cliente quer dormir mais e não quer fila na Ponte da Amizade", diz.

Nascido no Líbano, Nasser chegou ao Pa­raguai em 1979 e percebeu a mudança no perfil do consumidor. Nos primeiros anos, o comércio funcionava à noite e atraía turistas que frequentavam cassinos paraguaios.

O comerciante conta que, no início, teve dificuldades para trazer grifes famosas para a fronteira e encontrar funcionários qualificados. Agora, percebeu que está no caminho certo e aposta que o investimento é mais um trunfo para melhorar a imagem de Ciudad del Este.

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