
O salário médio de admissão do trabalhador com carteira assinada teve aumento real (acima da inflação) de 5,2% no período de janeiro a setembro, na comparação com o mesmo intervalo de 2009. Na média nacional, o vencimento passou de R$ 788,55 para R$ 829,76. Parte do avanço se deve ao reajuste do salário mínimo.
"O crescimento real do salário mínimo é o principal fator para o sucesso econômico do Brasil. O poder de compra do trabalhador faz manter aquecido o mercado interno", disse ontem o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, durante a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O salário dos paranaenses recém-contratados, o sétimo mais alto do país, subiu 6,5% desde 2009 ou seja, seu ritmo de crescimento superou a média nacional. Mesmo assim, os empregadores do Paraná ainda pagam quase R$ 50 a menos que a média, que é muito influenciada pelos salários mais altos de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Por aqui, o inicial passou de R$ 733,37 para R$ 781,22.
Gênero
O Paraná também perde na análise por gêneros. Enquanto a mulher brasileira está recebendo, em média, R$ 759,66 como primeiro salário (4,6% a mais que em 2009), a paranaense ganha R$ 695,72 (alta de 5,7%). O homem empregado no Paraná, por sua vez, ganha R$ 833,61 como primeiro salário, contra R$ 866,80 na média nacional o ganho masculino subiu 6,9% e 5,5%, respectivamente, em relação ao ano passado.
Como o aumento foi mais forte para os homens, a desigualdade de salários entre os dois sexos aumentou no estado. Em 2009, o primeiro vencimento da mulher paranaense equivalia a 85% do salário inicial do homem; agora, a relação é de 84%. Na média nacional, o indicador ficou estável em 88%.
De 2009 para 2010, o salário médio de admissão das brasileiras passou a ser mais representativo nos níveis de escolaridade mais baixos quanto menor o grau de instrução, menor é a diferença salarial entre os sexos. "As mulheres analfabetas recebem o equivalente a 93,2% do salário masculino, e as que possuem até o quinto ano completo do ensino fundamental têm 82% do salário de admissão dos homens", afirmou o MTE, em comunicado. E ainda há um abismo nos salários dos profissionais com ensino superior: no início da carreira, as mulheres ganham somente 61,8% do que recebem os homens.
Convenção coletiva
Reajustes nos pisos de várias categorias também ajudaram a elevar os salários iniciais. Na construção civil , o menor valor pago ao servente de obra aumentou 10,1% desde 2009, passando de R$ 653,40 para R$ 719,40, segundo a auxiliar de recursos humanos da construtora Sial Taiane Vitt. No Hospital Pequeno Príncipe, o salário dos vigias está 13,1% maior que há um ano, e os vencimentos dos auxiliares administrativos e de enfermagem aumentaram 12,2% e 7,6%, respectivamente. Tudo em razão das convenções coletivas, informou a assessoria do hospital.
Mas também há aumentos motivados, provavelmente, pela competição por profissionais. A entrevistadora Andreia Teixeira de Lima está ganhando quase 30% a mais na nova agência de empregos em que trabalha. "Em março eu recebia R$ 585 por mês. Aqui, o salário é de R$ 750", diz. O auxiliar de produção Daniel Henrique Bortolani, recém-contratado por uma metalúrgica, conta que "foi fácil" encontrar o emprego ele ficou desempregado por uma semana. Hoje recebe R$ 767 mensais, R$ 67 acima do piso da categoria.




