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Crise

Indústria automotiva do Paraná demite mais de 400 em um mês

Fernando Jasper

O setor automotivo cortou 414 vagas no Paraná em novembro, conforme o saldo entre admissões e desligamentos divulgado ontem pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. No mesmo mês do ano passado, as empresas do ramo haviam dispensado 188 trabalhadores.

Quem mais demitiu, dentro desse setor, foram os fabricantes de peças e acessórios para veículos, com 219 cortes em novembro. Na sequência, aparecem as montadoras de automóveis, caminhonetes e utilitários (-119), os fabricantes de cabines, carrocerias e reboques (-68) e as montadoras de caminhões (-8).

Os números ainda não incluem as pouco mais de 200 demissões anunciadas pela Volvo em dezembro.

Encolhimento

Os dados do acumulado de janeiro a novembro de 2014 dão uma ideia do encolhimento da indústria automotiva do Paraná neste ano: as empresas demitiram 3.899 trabalhadores em onze meses. No mesmo intervalo do ano passado, elas haviam contratado 2,5 mil pessoas.

As fábricas de autopeças lideram as dispensas de 2014, com 2.595 vagas fechadas desde o início do ano. As montadoras de carros e utilitários dispensaram 965 pessoas. As fabricantes de cabines e reboques, por sua vez, cortaram 288 postos de trabalho e as de caminhões, 51.

Resultado geral

No Paraná, o setor de comércio puxou a geração de empregos formais em novembro. O segmento teve saldo positivo de 6.642 vagas, contribuindo para que o estado fechasse o mês no azul, com criação líquida de 4.860 vagas – avanço de 0,17% sobre o saldo de outubro.

Sequela do baixo crescimento da economia, o movimento típico de contratação que ocorre todos os anos em novembro, quando as empresas buscam trabalhadores temporários para a demanda do Natal, não foi suficiente para reverter o cenário de baixa criação de empregos verificado no país ao longo de 2014. O saldo de empregos formais em novembro foi de apenas 8.381 vagas. O resultado só não foi pior que o de novembro de 2008, que marcou a aterrissagem forte da crise financeira internacional com um saldo negativo de 40.821 postos de trabalho.

INFOGRÁFICO: Veja o índice de empregos formais em novembro

A redução foi de 87,92% na comparação com novembro de 2013, no qual houve a geração de 69.361 vagas, na série ajustada. A perda de fôlego no ritmo do nível de contratação consta do balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho.

O mercado de trabalho acumula a geração de 938.043 empregos formais nos 11 meses de 2014. É o menor resultado para o acumulado anual até novembro desde 2003. Naquele ano, na série ajustada, o Brasil chegou ao fim de novembro com a geração de 860.887 postos.

O fraco desempenho do mercado de trabalho no ano reflete o baixo crescimento da economia, segundo o economista Guilherme Maia, da Votorantim Corretora. A estimativa oficial do governo é de que o PIB cresça apenas 0,3% em 2014. "Os resultados apresentados por indústria e construção civil estão relacionados com a retração dos investimentos, que devem cair 7% neste ano, depois de terem subido 5% em 2013", comentou.

Setores

O saldo modesto de vagas em novembro ocorreu em função de demissões no setor de construção civil, que reduziu 48.894 postos no mês passado. Em seguida está a indústria de transformação, com a demissão de 43.700 vagas. A indústria química puxou os cortes, com redução de 8.530 vagas, seguida pelos segmentos têxtil (-7.177 postos), produtos alimentícios (-6.752) e calçados (-5.057).

No acumulado do ano, a indústria tem saldo positivo em 7.990 vagas. Trata-se do pior estoque de postos no acumulado de janeiro a novembro da série ajustada iniciada em 2002 pelo Caged O estado de São Paulo, que é o mais industrializado do País, foi o que mais demitiu – o saldo ficou negativo em 18 319 vagas.

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