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Balança comercial

Saldo do Paraná pode ser zerado em 2010

Se continuarem crescendo no ritmo atual, importações igualam exportações em menos de dois anos. Compra de máquinas e equipamentos indica investimentos em alta

Soja e derivados lideram lista de produtos  exportados a partir do Paraná. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo/Arquivo
Soja e derivados lideram lista de produtos exportados a partir do Paraná. (Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo/Arquivo)

Entre janeiro e julho deste ano, o volume de importações no Paraná cresceu 76,77% em relação ao mesmo período de 2007, alcançando a marca de US$ 8,267 bilhões, segundo dados divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Isso significa que o valor importado pelas empresas paranaenses nos sete primeiros meses do ano é superior às importações anuais até 2006. Somente em julho, as compras externas somaram US$ 1,668 bilhão. O mesmo relatório informa que as exportações também continuam crescendo, porém em um ritmo bem mais lento. A continuar nesse ritmo, o estado poderá registrar um déficit na balança comercial em menos de dois anos.

"Se continuarmos neste ritmo, vamos empatar importações e exportações em 2010. Mas isso depende muito da conjuntura econômica", diz o coordenador do departamento econômico da Fiep, Roberto Zurcher. "Uma alta do dólar, por exemplo, frearia a importação de bens de consumo imediatamente."

As exportações paranaenses entre janeiro e julho subiram 38,96% na comparação com o mesmo período do ano passado, e somaram US$ 9,452 bilhões. O saldo da balança é superavitário em US$ 1,185 bilhão no ano. Zurcher não vê como preocupante o aumento dos índices de importação, já que o Brasil ainda tem uma reserva cambial elevada.

De acordo com os dados da Fiep, houve um aumento de quase 45% nas importações de bens de capital (segmento do qual fazem parte máquinas e equipamentos). No segmento de bens intermediários, o aumento foi de quase 71%. "Até certo ponto, isso é muito bom. A compra de máquinas e equipamentos é boa para o país. Significa que estamos nos preparando para exportar mais no futuro."

Um crescimento muito acelerado de bens de consumo significaria uma ameaça, diz Zurcher – pois poderia prejudicar a indústria local. Nos níveis atuais, no entanto, a compra de mercadorias no exterior ajuda a conter a inflação. "A competição entre importados e produtos locais ajuda a segurar a pressão inflacionária, o que é importante neste momento."

Soja

Ainda de acordo com os dados da Fiep, o complexo soja foi o grupo de produtos que mais cresceu na pauta de importações do estado – o volume de compras aumentou cerca de 430% nos primeiros sete meses do ano, em relação ao mesmo período de 2007.

O complexo soja, no entanto, também é campeão no grupo das exportações – responde por 33% das vendas para o exterior. Graças à boa safra do estado e aos altos preços internacionais, diz a Fiep, as exportações da categoria cresceram 107% nos sete primeiros meses deste ano. Os outros dois grupos de produtos que mais foram exportados até julho foram o de materiais de transportes (que responde por 15,18% do total) e carnes (12,24%). Nas importações, lideram petróleo e derivados (25,02%), produtos químicos e (24,21%) e produtos mecânicos (10,47%).

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