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| Foto: Sergio Moraes/Reuters

Os resgates da poupança voltaram a superar os depósitos em maio. Segundo dados divulgados pelo Banco Central, nesta sexta-feira (5), o volume de saques superou o de depósitos em R$ 3,199 bilhões no mês passado. Em abril, o resgate líquido na caderneta havia sido de R$ 5,851 bilhões e, em março, de R$ 11,438 bilhões.

Com o resultado de maio, o saldo total da poupança ficou em R$ 648,772 bilhões, já incluindo os rendimentos do período, no valor de R$ 3,662 bilhões. Os depósitos na caderneta somaram R$ 153,235 bilhões no mês passado, enquanto as retiradas foram de R$ 156,434 bilhões. No acumulado do ano até abril, o resultado está negativo em R$ 32,280 bilhões.

A situação de maio só não foi pior porque, no último dia útil do mês, a quantidade de aplicações superou em R$ 3,997 bilhões o volume de retiradas. Até o dia 28, o saldo da caderneta estava no vermelho em R$ 7,196 bilhões. É comum haver um aumento dos depósitos no último dia de cada mês em função de aplicações automáticas e de sobras de salários.

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O que se tem visto nos últimos meses, no entanto, é que essa sobra tem sido cada vez menor. A caderneta de poupança vem sofrendo desfalques porque as famílias estão apertadas com o endividamento e a inflação elevada.

Além disso, com o atual ciclo de alta dos juros básicos e do dólar tornando outros investimentos mais atraentes, a poupança perde o brilho.

Remuneração

Há três anos a forma de remuneração da aplicação mudou. Pela regra de maio de 2012, sempre que a taxa básica de juros, a Selic, for igual ou menor do que 8,5% ao ano, o rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR).

Atualmente, a taxa básica está em 13,25% ao ano. Quando o juro sobe a partir de 8,75% ao ano passa a valer a regra antiga de remuneração fixa de 0,5% ao mês mais a TR.

Crédito imobiliário

Cerca de 65% dos recursos investidos na poupança pelos brasileiros deve ser aplicados pelos bancos em financiamento imobiliário. Por isso, menos recursos na poupança significa mais dificuldade para financiar a casa própria.

A Caixa Econômica Federal, principal responsável por financiamentos imobiliários, com cerca de três quartos do mercado, tem elevado juros e apertado as condições de financiamento para a casa própria.

Com a queda de recursos na poupança, a Caixa tornou mais difícil financiar imóveis usados. O banco agora financia no máximo 50% do valor do imóvel usado de até R$ 750 mil; antes, financiava até 80% do imóvel. Para os imóveis acima de R$ 750 mil, o banco público reduziu o valor máximo de financiamento de 70% para 40%.

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